Documentário sobre genocídio indígena foi filmado aqui, mas não tem previsão de chegar

‘Martírio’ estreou nacionalmente nesta quinta-feira (13)

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‘Martírio’ estreou nacionalmente nesta quinta-feira (13)

Nesta quinta-feira (13), junto com as demais estreias do cinema em todo Brasil, entrou no circuito de alguns estados brasileiros também o filme “Martírio”. Mas, por mais que o longa de Vicent Carelli tenha sido rodado em Mato Grosso do Sul, para falar sobre o genocídio Guarani e Kaiowá no Estado, ele não estreou por aqui. 

Por isso, um grupo de militantes, cineastas e artistas está realizando uma campanha para que o filme possa ser exibido ao menos em Campo Grande. Priscila Anzoategui é quem está realizando a campanha, junto com a colaboração de mais pessoas interessadas nessa exibição. “Como sou uma das administradoras da página frente em defesa dos povos indígenas de MS resolvi fazer (a campanha)”, explica Priscila. 

“Martírio” é um filme extremamente premiado, que traz o testemunho e a memória dolorosa de mais de um século de omissão frente aos indígenas. Ele foi feito em colaboração com os produtores Ernesto de Carvalho e Tita, e vale-se de arquivos históricos e de imagens produzidas pelo diretor ao longo de uma década. O trailer está por toda a Internet, e o filme irá estrear em várias cidades. A luta é para que seja mais uma vez exibido aqui. 

Priscila conta que a ponte com o cineasta é muito acessível e importante, já que em novembro de 2016 Vicente autorizou que a produção fosse exibida em um evento realizado pelo Coletivo Terra Vermelha e com o Teatro Imaginário Maracangalha, no dia do aniversário da morte de Marçal de Souza. “Lógico que em São Paulo e no Rio de Janeiro existem cinemas de arte e tal (onde rolam as estreias), mas a ideia é que esse filme circule o máximo possível”, acrescenta Priscila. 

Ainda segundo ela, é preciso que quem está aqui veja o que nossos indígenas sofreram nesses dez anos. “Esse filme conta a história de violação que os Guarani e Kaiowá vêm sofrendo até os dias atuais. Denuncia o genocídio, mas também mostra a resistência. É uma etnografia visual. A gente sabe porque não tem nem previsão para chegar aqui, né? Porquê nesse estado um boi vale mais que a vida de um indígena”, analisa.

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