Indicado a nove estatuetas, filme do mexicano Alejandro González esconde cortes de edição

Líder de indicações e um dos favoritos ao , “Birdman (A Inesperada Virtude da Ignorância)” renova tanto a carreira do ator americano Michael Keaton quanto a do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu. O filme estreia no Brasil nesta quinta-feira (29).

Para Keaton, forte candidato ao prêmio, trata-se da oportunidade de voltar ao estrelato e de mostrar uma versatilidade que não se esperava dele. Para Iñárritu, trata-se do abandono dos modelos que desgastaram sua carreira: se “Biutiful” (2010) acabou com as histórias paralelas que se encontram no final, “Birdman” troca o dramalhão por um humor negro e inteligente.

Keaton interpreta Riggan Thomson, ator decadente lembrado pelo papel do super-herói Birdman, que interpretou décadas antes. Sua maior esperança para voltar ao sucesso é uma adaptação para os palcos do conto “What We Talk About When We Talk About Love”, de Raymond Carver, que está prestes a estrear na Broadway.

A peça – escrita, dirigida e estrelada por Riggan –  também tem no elenco Laura (Andrea Riseborough), com quem ele tem um caso; Lesley (Naomi Watts), estreante na Broadway; e Ralph (Edward Norton), um ator tão brilhante quanto imprevisível e temperamental. Pelos corredores do teatro nova-ioquino também circula Sam (Emma Stone), filha de Riggan e recém-saída de uma clínica de reabiltação para viciados em drogas.

O personagem de Keaton permite que Iñárritu faça um interessante comentário sobre a arte, o teatro e Hollywood. Riggan é assombrado pela voz de Birdman, que evidencia sua decadência e o estimula a abandonar a peça e voltar para as franquias, os super-heróis, os filmes de explosões e perseguições que dão ao público o que ele quer – “60 é o novo 30”, garante.