‘Milagre aconteceu’: devoto de MS abandonou remédios de diabetes e pressão alta por conta da caminhada

Esposa diz que foi buscar remédios do Ivanor Tobias da Cruz em Três Lagoas e, após atendimento médico, ele não precisou mais

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Remédios e a receita do devoto (Ivanor Tobias da Cruz/Arquivo Pessoal)

“É uma receita que ele carregava sempre e eu nem acreditei quando me disse para ir buscar os remédios, que não precisava mais, que o médico disse que estava tudo ok e ele não tinha mais diabetes e pressão alta. E no meu caso, que vi ele bem mal em casa, desde a época da pandemia tomando um monte de remédio, um milagre aconteceu”.

O depoimento é da vendedora Patricia Souza Cruz, de 44 anos, esposa do devoto Ivanor Tobias da Cruz, de 56 anos, que saiu de Campo Grande, no último dia 25 de março, carregando uma Santa de 25 kg nas costas, rumo ao Santuário de Abadia, em Aparecida do Norte (SP), com a intenção de pagar uma promessa.

Segundo a esposa, Ivanor foi diagnosticado com as doenças no início da pandemia e, desde que ele insistiu em fazer a caminhada de 1,3 mil km e cumprir a segunda parte da promessa, a preocupação da família sempre foi uma só: como ele ficaria sem tomar os remédios de forma regrada.

Devoto durante o caminho da fé (Ivanor Tobias da Cruz/Arquivo Pessoal)
Devoto durante o caminho da fé (Ivanor Tobias da Cruz/Arquivo Pessoal)

No entanto, após caminhar 14 dias ininterruptos e chegar em Três Lagoas, na região leste do Estado, Ivanor entrou em contato com a esposa, dizendo que tinha passado por atendimento médico e não tomaria mais os remédios.

“Eu fui lá, porque ele tinha tido um mal estar e foi ao médico, só que, na verdade, voltei com os remédios dele. Os da diabete eu dei para o meu irmão e os de pressão alta estão aqui em casa até agora. Nunca imaginei, porque cheguei a ver ele muito mal em casa como disse antes. Ele fazia esse uso contínuo de remédios, era regrado desde a pandemia, e depois o médico disse que estava dando 98, 100 [índices de glicemia], tudo por conta da caminhada”, explicou.

Com uma média inicial de 30 km ao dia, Ivanor foi mantendo o ritmo por um período, porém, atualmente, com bolhas nos pés, ele é acompanhado no “caminho da fé” por dois profissionais da área da saúde, além de usar tênis e não mais chinelo, como no início da caminhada. Agora, a média é de 20 km a 25 km ao dia, com previsão de chegada no próximo dia 23 de maio.

Benefícios da caminhada

Fisioterapeuta há 23 anos, com especialidade em gerontologia, saúde mental e práticas integrativas e complementares em saúde, o Dr. João Leite Jr., de 45 anos, disse que vivemos em uma época boa do ponto de vista dos cuidados em saúde, já que nunca se viu tantas academias, clubes, áreas de lazer ou até mesmo projetos públicos voltados à qualidade de vida.

Assim, quando falamos de caminhada, falamos diretamente em uma atividade física de excelente padrão, pois, além de não requerer instrumentos ou nada mais elaborado – basta um tênis e uma roupa confortável – é uma atividade que trabalha tanto a questão muscular, através do fortalecimento dos músculos de membros inferiores e tronco (pernas, abdômen, costas), como também o condicionamento cardiovascular, deixando a pessoa menos propensa a doenças cardíacas e vasculares.

“Há também um outro benefício relacionado ao sistema metabólico. Através do exercício aeróbico, há muitos benefícios para os nossos órgãos internos como fígado, rins, intestino e outros que dependem de um metabolismo mais ativo para funcionarem e secretarem hormônios importantíssimos para a nossa vida como a insulina (que quebra o açúcar no sangue), bem como diversos outros que ajustam os níveis de colesterol, a atividade sexual e até mesmo as nossas emoções, como é o caso do cortisol, que possivelmente estará alto em pessoas estressadas e sedentárias”, explicou o profissional ao MidiaMAIS.

Caminhada traz inúmeros benefícios, explica fisioterapeuta (Freepik/Reprodução)
Caminhada traz inúmeros benefícios, explica fisioterapeuta (Freepik/Reprodução)

Durante atendimento clínico, Dr. João diz que não é raro ter paciente que reduz os medicamentos, após o corpo responder positivamente à prática da caminhada rotineira. “A caminhada é uma atividade física democrática, visto que pode ser feita por pessoas de qualquer idade, condição social, cultural ou emocional. É sempre bom frisar apenas que o nível de atividade, a intensidade e a periodicidade devem ser adequadas a cada biótipo. Se tiver dúvidas, o ideal é buscar orientação prévia de um profissional da saúde”, argumentou.

Por fim, Dr. João cita um dado curioso. “Estudos indicam que pessoas que têm fé tendem a ter problemas de saúde sendo resolvidos em um percentual de até 15% mais rápido que as demais pessoas e reduzir risco de morte em até 30%. No caso do Ivanor, por exemplo, a combinação entre fé e a prática da caminhada certamente está proporcionando melhora visível em sua qualidade de vida e saúde”, finalizou.

A reportagem do Jornal Midiamax acompanha o devoto, com exclusividade, desde a sua saída da capital sul-mato-grossense, no último dia 25 de março. Leia todas as reportagens:

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