Estudo de longo prazo descobre a ocorrência de araras anãs em Mato Grosso do Sul
Uma arara normal tem em torno de 1,2 metro de comprimento, enquanto as anãs têm 75 centímetros, explica bióloga sobre a confirmação de araras anãs em MS
João Ramos, Graziela Rezende –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Para chegar à confirmação da existência de araras anãs na fauna pantaneira, a bióloga pesquisadora Neiva Guedes e seus colaboradores monitoraram aproximadamente 400 aves filhotes ao longo das últimas três décadas.
De 1991 a 2021, o estudo foi conduzido por pesquisadores, especialmente no pantanal de Mato Grosso do Sul, mas também abrangeu, em menor escala, o cerrado. Conforme o trabalho, o acompanhamento das araras começava desde que os ovos eram postos até o momento em que os filhotes deixavam o ninho.
E, após 30 anos da pesquisa, a equipe finalmente conseguiu confirmar a existência de araras-azuis anãs na região – estas que possuem dimensões reduzidas em relação às de tamanho considerado normal. De acordo com o estudo, a cauda das araras anãs, por exemplo, é 70% menor do que as convencionais.
Dimensões das araras anãs
Em entrevista ao Jornal Midiamax, Neiva Guedes, que liderou a pesquisa, detalha a descoberta. “Só foi possível enxergar as araras anãs porque foi um trabalho a longo prazo. Em um trabalho a curto prazo a gente jamais teria encontrado”, explica a bióloga.
“Isso porque a ocorrência de araras anãs na natureza é muito baixa, em torno de 7%. Porém, um fato importante é que elas acabam se adaptando muito bem, sobrevivem, se pareiam com os indivíduos normais ou outros anões também… têm filhos. E isso não impede a sobrevivência”, pontua Guedes ao MidiaMAIS.
No período do estudo, araras em tamanhos menores já haviam sido observadas, mas não analisadas sistematicamente. Ao final, foram identificadas 31 araras anãs, mas somente 15 observadas.
“Embora sejam menores, elas têm uma vida normal. A única diferença é que vão viver menos. Uma arara normal tem em torno de 1,2 metro de comprimento, enquanto as anãs têm 75 centímetros. O peso e o bico também são menores. É como se fosse uma miniatura das araras normais”, explica a pesquisadora.
Araras anãs são resposta às mudanças climáticas?
Neiva e sua equipe ainda não encontraram uma resposta para a explosão da existência de araras-azuis anãs no pantanal, mas acreditam que pode ser um processo de adaptação da espécie após as queimadas que devastaram o bioma nos últimos anos.
“Pensamos até que pode ser uma adaptação no futuro devido às mudanças climáticas, aos incêndios que ocorreram… porque após os incêndios em 2019 e 2020, vimos que aumentou o número de nascimentos de araras anãs. Então agora temos que continuar esse estudo e principalmente a parte genética, pra ver se isso é uma resposta à adaptação ambiental delas às mudanças que vêm ocorrendo na natureza”, finaliza a bióloga.
Fale com o WhatsApp do MidiaMAIS!
Tem algo legal para compartilhar com a gente? Fale direto com os jornalistas do MidiaMAIS através do WhatsApp.
Mergulhe no universo do entretenimento e da cultura participando do nosso grupo no Facebook: um lugar aberto ao bate-papo, troca de informação, sugestões, enquetes e muito mais. Você também pode acompanhar nossas atualizações no Instagram e no Tiktok.
Notícias mais lidas agora
- Chuva chega forte e alaga ruas da região norte de Campo Grande
- Há 13 anos, casa no bairro Santo Antônio é decorada por Elizabeth com enfeites únicos de Natal
- Pais são presos após bebê de 2 meses ser queimado com cigarro e agredido em MS
- VÍDEO: Moradores denunciam mulher por racismo e homofobia em condomínio: ‘viadinho’
Últimas Notícias
CCZ oferece atendimento em shopping da Capital neste sábado
Ação faz parte da campanha Dezembro Verde e visa o combate aos maus-tratos e abandono aos animais
Vereadores homenageiam personalidades com a medalha “Destaques da Década”
A medalha é destinada a autoridades, personalidades, políticos, instituições, campanhas, programas ou movimentos que promoveram avanços relevantes para a capital
Rapaz é brutalmente agredido no interior e internado em estado grave na Santa Casa da Capital
A vítima ainda não foi identificada, pois não está portando documento
VÍDEO: Rua do Colúmbia ‘ganha’ cachoeira após enxurrada e moradores ficam revoltados
Morador gravou vídeo em cascata de lama na Rua Paranapebas
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.