As mudanças de hábito provocadas pelo surgimento da coronavírus têm impactado não só na saúde física da população, mas também na saúde mental. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado antes da , revelou que a é um problema crescente no país e já atinge 11,5 milhões dos brasileiros. Além disso, o levantamento mostrou que, no Brasil, mais de 18 milhões de pessoas sofrem de distúrbios relacionados à ansiedade.

Avany Cardoso Leal, professora do curso de Psicologia da Uniderp, explica que a pandemia colaborou para desencadear problemas emocionais, já que esse momento tem gerado um excesso de informações, despertado insegurança, incerteza e medo – pelo desconhecido e de ser contaminado e também pelo exigido isolamento social. Não à toa, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou em maio deste ano que o impacto da pandemia na saúde mental das pessoas já era extremamente preocupante.

A importância da amizade

A professora explica que o momento que estamos vivendo torna ainda mais importante a proximidade com aqueles que gostamos.

“Diante do perigo, o organismo aciona o nosso sistema de luta ou fuga e liberamos o cortisol – conhecido como hormônio do estresse. No caso do coronavírus, entretanto, não temos para onde fugir. Todo esse cenário contribui muito para o aumento dos casos de depressão e também de ansiedade e estresse pós-traumático. Por isso, contar com os amigos nessa fase pode ajudar a lidar com o momento, que é atípico para todos, e ainda reduzir as chances de depressão”, afirma a psicóloga.

O Dia do Amigo, celebrado nesta segunda-feira (20), é mais uma oportunidade para reforçar os laços de amizade.

“Ter uma boa rede de apoio pode ser uma forma de combater a depressão. A presença de amigos, mesmo de forma virtual, ajuda a reduzir a probabilidade desse transtorno se desenvolver e aumenta consideravelmente as chances de do deprimido”, complementa a professora.

Ter amigos traz benefícios tanto para a saúde mental como física, pois vínculos afetivos despertam as emoções positivas, promovendo bem-estar.

“Alguns estudos mostram, por exemplo, que essas emoções influenciam nos batimentos cardíacos. Um estudo da Universidade Columbia, nos EUA, mostrou que pessoas que tem amigos são normalmente mais felizes, entusiasmados e satisfeitos com a vida”, completa.

Como ajudar


Reconhecer os sintomas iniciais da depressão é essencial para conseguir ajudar quem passa pelo problema. Entre os principais sinais de alerta estão: irritabilidade, desinteresse, falta de motivação e apatia, desespero, sentimento de vazio, pessimismo, sensação de culpa, de inutilidade e de fracasso, além de baixa autoestima.

Falta de ânimo ou energia incapacitante também estão nessa lista.

“A pessoa deve ficar atenta se não se sentir capaz de se arrumar, pentear o cabelo, tomar banho; ou executar pequenas atividades domésticas e de home office, por exemplo. Além disso, ter pensamentos obsessivos, falta ou excesso de sono e apetite, interpretação distorcida e negativa da realidade, dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento também indicam que algo pode estar errado”, explica Avany.