Sem ‘exageros’, Festival América do Sul terá Falamansa, Almir Sater e o “Sal da Terra”
Festival acontece em Corumbá entre os dias 20 e 22 de agosto
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Festival acontece em Corumbá entre os dias 20 e 22 de agosto
O discurso usado pelas autoridades durante o lançamento da 12ª edição do Festival América do Sul Pantanal, na manhã desta quinta-feira (6), foi quase um repeteco do proferido na apresentação das peças de divulgação do Festival de Inverno de Bonito há algumas semanas. A máxima usada é a mesma: economizar e cortar “exageros”.
Se uma parte do público reclama da ausência dos grandes nomes nacionais, artistas da terra comemoram a conquista do espaço poucas vezes destinado a eles em outras edições. O formato “feito em casa” continua e o destaque do evento serão os artistas regionais: Almir Sater, Geraldo Espíndola, Marcelo Loureiro e Juci Ibanez.
Saem de cena as atrações com grande apelo midiático como Lulu Santos, Erasmo Carlos, Maria Gadú e tantos outros. Desta vez, o destaque nacional será o grupo de forró universitário Falamansa.
A Associação Colônia Paraguaia foi convidada a participar do evento pela primeira vez. O grupo de danças típicas se apresentará em dois locais. “Para nós está sendo muito importante. Nunca participamos. É um grande reconhecimento”, diz o presidente Ricardo Zelada que irá para Corumbá acompanhado de 12 bailarinos.
Dos países vizinhos virão o harpista venezuelano Leonard Jacome, o grupo paraguaio Generación e Omar Camino do Peru. Ao todo, serão 108 atrações e 470 artistas reunidos no evento que acontece entre os dias 20 e 22 de agosto. Entre eles, 298 são de Corumbá e Ladário e 28 de outros países.
“Certa vez Manoel de Barros me disse algo que eu nunca esqueci: ‘urubu não vê fronteiras’. E é assim que enxergo o festival. Não há fronteira, é mostrar a arte feita em cada parte deste continente. É isso que importa”, afirmou o cantor e compositor Márcio de Camillo, que trabalha na direção técnica do festival.
Para o secretário de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery, o objetivo é juntar a América do Sul em Corumbá. “Queremos promover a integração entre os países que formam o nosso continente. Possuímos costumes e cultura muito próximos”, disse durante o lançamento na sede da Governadoria de Mato Grosso do Sul.
Já o governador Reinaldo Azambuja, repetiu as palavras usadas no lançamento do Festival de Bonito. “Nós tivemos a ponto de não fazer o festival por questões financeiras, mas com a ajuda dos parceiros conseguimos optar pela continuidade do festival”, disse.
Paulo Duarte, prefeito de Corumbá, usou o espaço para mandar recado a “quem anda reclamando do festival”. “Estamos valorizando artistas locais. Precisamos reforçar a cultura pantaneira, sul-mato-grossense”, disse.
Audiovisual
Outra novidade na programação é o espaço destinado aos realizadores do cinema local. Nesta edição, a ACV (Associação de Cinema e Vídeo de Mato Grosso do Sul) pôde abrir, em parceria com a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, um edital para seleção de projetos. “Pelo menos 19 pessoas se inscreveram e isso é uma modificação muito legal. Geralmente, as produções locais têm pouco espaço e quando tem, são escolhidas aleatoriamente”, disse a cineasta Marinete Pinheiro. Planura, de Mauricio Copetti é um dos destaques exibidos.
Depois de vários meses de apelo do público campo-grandense por “O Sal da Terra”, o filme será exibido em Corumbá. A produção traz um pouco da trajetória do fotógrafo Sebastião Salgado.
Investimento
Sob a justificativa de cortar gastos diante da “crise financeira”, o festival recebeu investimento de R$ 638.894, segundo extrato divulgado nesta quinta-feira no Diário Oficial do Estado. A administração fica a cargo da Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Instituto de Comunicação Marketing e Empreendedorismo Máxima Social, que realizou o mesmo trabalho em Bonito.
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