CRÍTICA: Musical sobre a vida de Rita Lee lota teatro em Campo Grande

Musical pode ser considerado um rito de adoração à rainha do rock

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Musical pode ser considerado um rito de adoração à rainha do rock

Ao som da rainha do rock, Rita Lee, descrevo o musical que, em 2 horas e meia, conseguiu passar ao público, que lá estava, um pouco da magia da vida de um dos ícones da história da nossa música brasileira. E olha que tinha público. Campo Grande, as vezes, nos surpreende.

Mas também pudera. O musical ‘Rita Lee Mora ao Lado’, estrelado pela belíssima Mel Lisboa prometeu e, cumpriu. Confesso que é difícil fazer crítica assim, de produções nacionais que sabem fazer um espetáculo. Não só por escrever inúmero adjetivos mas por poder vivenciar, como se estivesse passando um filme na cabeça e claro, ser capturada pelo espetáculo.

A atuação das 35 pessoas que fazem o musical acontecer é estonteante e faz jus à homenagem. Por vários momentos me senti forte ao relembrar a linha do tempo de Rita. Não só a musical, mas a íntima que, em cada interpretação, que a trama fez questão de mostrar minuciosamente, deixava explícita o sentido. Ou não, como diria Gilberto Gil, que também esteve no enredo.

Aliás, abro aspas e levanto para as palmas pela forte lembrança de todos os outros artistas brasileiros que, assim como Rita, construíram a historia da nossa música. Salvo Caetano, Tim, Elis, Gal, Ney e os apresentadores temáticos que tem contribuição para o destaque desta geração como Ronie Von e Hebe, brilhantemente interpretados.

Como disse acima, a cronologia da música brasileira não poderia ser deixada de lado, e isso ‘Rita Lee Mora ao Lado’ soube mostrar muito bem. A fase dos Mutantes, que traz o som mais beatleamaníaco possível até a fase psicodélica da tropicália foi rememorado.  Metaforicamente cada passo da cantora foi perpetuado e, não precisava ser paulistano para entender os trechos de outrora como, ‘Rita foi passear na Cantareira’ ou os sotaques de alguns personagens.

Sobre a atuação, Lisboa dá um show tanto nos cabelos, trejeitos e até descompasso de dança da cantora. A confiança vocal, me passou segurança, de que o esforço faz valer a pena levar esse espetáculo adiante. A banda de apoio, fantasticamente representa com arranjos fiéis aos originais, muito bem executados, diga-se de passagem.

Por fim, as memórias de uma carreira solo, mesmo ao lado dos Tutty Frutti, do lendário Luis Carlini e já ao lado de seu grande amor, Roberto de Carvalho, também estiveram realçadas na trama. Se a Rita Lee é uma metamorfose, não sei ao certo, mas que ela é, sem duvida, uma lenda viva e rara do rock, isso, todos nós temos certeza. E como ela mesma diz em Pistis Sophia: “Pode até faltar dinheiro; Real cruzado ou cruzeiro; Mas o amor vale mais; Amém”.

Um viva ao rock brasileiro. Um viva à Rita Lee.

 

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