Badan Palhares vem a MS ajudar a desvendar ‘assassinato’ de onça

Animal era monitorado por coleira eletrônica e vivia na região do Rio Negro

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Animal era monitorado por coleira eletrônica e vivia na região do Rio Negro

O médico legista Badan Palhares, de 72 anos, um dos mais renomados peritos do País esteve em Campo Grande nesta segunda-feira (30), atendendo a convite da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). O objetivo era apurar a causa mortis de uma onça-pintada integrante do Projeto Onças do Rio Negro, que foi abatida na região de Aquidauana, no Pantanal Sul-mato-grossense

Palhares deixou claro que a ideia não era apontar os responsáveis pelo crime, mas participar de uma iniciativa da faculdade, que é preservar a fauna local. O trabalho foi acompanhado por peritos do Instituto de Criminalística, que pesquisaram a dinâmica da morte do animal.

“Minha presença é mais como colaborador e também para despertar nas autoridades locais e conscientização da importância de se implantar um setor de perícia para crimes ambientais. Com isto, além de punir os responsáveis, seriam coibidos novos casos”, afirmou o legista.

O animal era uma onça-pintada macho, de aproximadamente cinco anos. A captura para a implantação da coleira eletrônica aconteceu no mês de julho e por dois meses houve o monitoramento por satélite e sinais em VHF. Em setembro, cessaram os sinais do satélite. Foi feita, dois meses depois, uma nova busca e através do sinal VHF restos do animal foram encontrados em uma área de difícil acesso.

Como haviam vários sinais no crânio, não foi possível identificar o que realmente havia acontecido e decidiu-se então pelo convite ao legista Badan palhares, que prontamente aceitou.

No primeiro exame já ficou constatado que o animal apresentava uma antiga lesão na região das narinas. Já o tiro fatal acertou a face na região abaixo do olho e não chegou a perfurar a caixa craniana. Nos levantamentos feitos no local, chegou-se à conclusão que ela foi atingida em um local, agonizou por algum tempo e e buscou outro pontol para se refugiar, onde a carcaça foi encontrada.

Os peritos do Instituto de Criminalística constataram que o calibre da arma utilizada era superior a 22 e que não houve fragmentação do projétil. O exame indica que o disparo foi feito frontalmente e de cima para baixo.

A professora Thyara D’eco Suza e Araújo afirmou que o Projeto Onças do Rio Negro tem aproximadamente dois anos e atua em um espaço restrito. O objetivo é ampliar a área de atuação e monitorar um maior número de animais. Segundo ela,com isto além de monitorar os hábitos dos animais, será possível também conscientizar os proprietários quanto a preservação da fauna.

 

Badan Palhares

Fortunato Badan Palhares nasceu em São Paulo em junho de 1943 e foi graduado pela Unicamp em 1974 com graduação em medicina legal e anatomia patológica.

Seu nome ficou conhecido por ter trabalhado em vários casos policiais de repercussão como no morte de PC Farias (assessor do então presidente Fernando Collor de Mello) e de sua namorada. Palhares concluiu que Suzana Marcolino atirou em PC e depois suicidou-se.

Outro caso de repercussão foi a investigação da presença de “Chupa Cabras” em Minas Gerais, quando chegou-se a cogitar até mesmo que a morte de vários animais haviam sido provocadas por extraterrestres, fato totalmente descartado pelo legista.

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