A guerra na Síria já gerou mais de três milhões de refugiados e é a “maior crise humana da nossa era”, com quase metade da população forçada a deixar suas casas, segundo a ONU.

Um em cada oito sírios deixou o país, e outros 6,5 milhões foram deslocados dentro da Síria, disse a Acnur (Agência das Nações Unidas para Refugiados). Metade dos atingidos são crianças.

Grande parte dos refugiados foi para os países vizinhos, sendo que a maioria deles – mais de 1,1 milhão – está no Líbano.

Famílias chegam a campos de refugiados exaustas e com medo, disse a ONU. Algumas pessoas contam histórias de terem passado mais de um ano se mudando entre vilarejos dentro da Síria.

Segundo a Acnur, a jornada para deixar a Síria tornou-se mais difícil, e mais pessoas recorrem a grupos armados para fazer a travessia.

“A crise síria tornou-se a maior emergência humana da nossa era e, apesar disso, o mundo não consegue atender às necessidades dos refugiados e países que os recebem”, disse o alto-comissário da ONU para refugiados, António Gueterres.

“A resposta à crise síria tem sido generosa, mas a verdade cruel é que ainda não é suficiente”.

Os vizinhos da Síria estimam que centenas de milhares de sírios buscaram refúgio em seus países, causando pressões sociais e econômicas.

Há menos de um ano, dois milhões de sírios estavam registrados como refugiados.

Mais de 190 mil pessoas morreram no conflito sírio, iniciado em março de 2011, a partir da repressão violenta do presidente Bashar al-Assad a manifestantes que pediam sua saída do cargo.

Desde então, forças do governo têm enfrentado grupos de oposição. A situação piorou nos últimos meses com a formação e avanço do grupo EI (Estado Islâmico), que agora controla grandes partes da Síria e do Iraque.

O grupo, antes denominado Estado Islâmico do Iraque e da Síria (Isis, na sigla em inglês), tem seu reduto na Síria, onde impõe regras duras à população local.