Produtividade do trabalhador no Brasil está estagnada há 50 anos, diz Economist

A revista semanal inglesa The Economist publica esta semana uma reportagem mostrando que, ao contrário do que ocorreu na China e na Índia, a produtividade do trabalhador brasileiro praticamente não aumentou no último meio-século. Além disso, o brasileiro produz praticamente a metade do que produz um chileno ou um mexicano. Mantendo o tom irônico típico […]

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A revista semanal inglesa The Economist publica esta semana uma reportagem mostrando que, ao contrário do que ocorreu na China e na Índia, a produtividade do trabalhador brasileiro praticamente não aumentou no último meio-século. Além disso, o brasileiro produz praticamente a metade do que produz um chileno ou um mexicano.

Mantendo o tom irônico típico da revista, a reportagem afirma que “os trabalhadores brasileiros são gloriosamente improdutivos” e ilustra a página com uma foto de um homem deitado em uma rede em uma praia. Os dados coletados pela publicação mostram que o país está muito distante da produtividade da Coreia do Sul ou mesmo dos vizinhos Chile e México. Embora tenha o mesmo índice da China e o dobro da Índia, estes dois países vêm crescendo em produtividade, e o Brasil não, em uma estagnação que remonta aos anos 60.

A Economist usa como exemplo um proprietário de fast-food americano que instalou um restaurante no festival Lollapalooza, em São Paulo. Ele afirma que precisou contratar 20 funcionários temporários, já contando que 10 não apareceriam para trabalhar. A previsão se cumpriu. Segundo o empresário, ele diminuiu o tempo de atendimento para uma refeição entregue a cada 15 segundos, enquanto a média nos restaurantes brasileiros no mesmo festival, que formavam longas filas, era de 2 a 3 minutos.

Conjunto de causas

Segundo a revista, um conjunto de fatores pesa para a pouca produtividade do trabalhador brasileiro, a começar pelo investimento em educação, que aumentou, mas continua sendo mal aplicado, resultando em baixíssima qualidade do ensino. Também o investimento em infraestrutura seria uma das causas: o país investe apenas 2,2% contra uma média de 5,1% nos países em desenvolvimento.

Outro dado evocado pela revista é o de registro de patentes. Enquanto o Brasil registrou no ano passado 254 criações, os EUA, por exemplo, obtiveram 278.000. A má gestão de empresas privadas também é um problema para a produtividade, segundo a revista.

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