Plano B do governo para aeroporto de Várzea Grande é improvisar terminal de lona
Há pouco mais de cinco meses da abertura da Copa do Mundo deste ano, o aeroporto Marechal Rondon, em Cuiabá, com suas obras atrasadas, entrou no foco da preocupação do Governo Federal. A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que comanda a força-tarefa criada pela presidente Dilma Rousseff para coordenar os trabalhos e garantir a […]
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Há pouco mais de cinco meses da abertura da Copa do Mundo deste ano, o aeroporto Marechal Rondon, em Cuiabá, com suas obras atrasadas, entrou no foco da preocupação do Governo Federal. A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que comanda a força-tarefa criada pela presidente Dilma Rousseff para coordenar os trabalhos e garantir a realização da Copa, admitiu apreensão com obras em atraso e já adiantou o plano B do governo para o aeroporto de Cuiabá: a improvisação de um terminal de lona para garantir a demanda aérea no mês de junho, quando acontecem os jogos do Mundial na capital mato-grossense.
A ministra deu entrevista exclusiva ao Valor Econômica, onde fez um balanço dos preparativos para a Copa e admitiu que há uma grande preocupação com os protestos, embora, em comparação com os que marcaram a Copa das Confederações em junho, o governo se considera “muito mais preparado” para eventuais atos de vandalismo. “Temos que respeitar os protestos, mas os pacíficos”, ressalvou. “Não vamos permitir depredadores do patrimônio público, que firam a segurança das pessoas, nem que a violência impossibilite os jogos”.
Segundo a matéria publicada pelo Valor, auxiliares próximos à presidente avaliam que um eventual fracasso na realização da Copa, contaminado por uma nova onda de protestos, e com a reedição dos atos de vandalismo, é a maior ameaça à reeleição de Dilma – mais do que a disputa eleitoral com a oposição. Por isso, nos bastidores, a tensão pré-Copa volta-se mais à área de segurança, e ao adequado enfrentamento à possível reedição dos protestos, do que à infraestrutura.
Cuiabá é o motivo da maior preocupação. Dos 13 aeroportos em reforma, sendo 12 nas cidades-sedes, mais Viracopos em Campinas (SP), apenas a falha no cronograma no aeroporto Marechal Rondon contraria o governo. Problemas na elaboração do projeto e na licitação causaram o atraso. Se as obras no terminal de passageiros da capital mato-grossense não forem concluídas até maio, o governo vai erguer uma estrutura de lona, provisória e climatizada, para receber os torcedores. “Não é uma lona fina, ela climatiza, organiza, fica bonito, mas não tem a durabilidade de uma construção”, diz a ministra.
Gleisi já conduziu mais de 90 reuniões para discussão de problemas, acompanhamento de cronogramas e cobrança de resultados. A partir de outubro, o grupo passou a acompanhar de perto, junto com a Embratur, os preços de hospedagem e passagens aéreas no período do evento.
A ministra ressalva que o “Ministério dos Esportes é o grande coordenador do mundial”. Resguarda o papel do ministro Aldo Rebelo, que desistiu de concorrer ao governo de São Paulo, a pedido de Dilma, para concluir preparativos do evento. O governo avalia que as obras nos demais aeroportos transcorrem em ritmo adequado. “Guarulhos, Brasília e Campinas estão com ritmo de obras do concessionário avançados, vamos ter as obras entregues num tempo confortável”, pondera Gleisi.
Estádio também em alerta
Conforme a matéria publicada pelo Valor, a construção ou reforma dos estádios e a rede de fibra ótica, para viabilizar a transmissão dos jogos, são essenciais à Fifa. O governo considera “confortáveis” o andamento das obras na arena e na rede de comunicações. Do total de 12 estádios nas cidades-sede, seis foram inaugurados e três estão dentro do cronograma: Natal, Porto Alegre e Manaus.
Mas o sinal de alerta disparou para três arenas: Corinthians (Itaquerão), Cuiabá e Curitiba (PR), as duas últimas com menos de 90% das obras executadas. No caso do Itaquerão, o governo espera para o dia 15 a divulgação de novo cronograma de conclusão, após o acidente que vitimou dois operários.
O Ministério das Comunicações contratou a Telebrás para garantir a instalação da rede de fibra ótica nas cidades-sede. Até agora, 72% da rede foi instalada, num ritmo de execução que o governo avalia como “adequado”. Na área de energia, das sete linhas de transmissão, duas foram entregues e as demais devem ser concluídas até maio. Dos 151 pontos de distribuição, 82 estão inconclusos.
O governo ainda não tem resposta, entretanto, para a principal reivindicação das ruas: o “padrão Fifa” nos serviços públicos. Gleisi afirma que Dilma foi “corajosa” e abriu um “diálogo franco” com a população, comprometendo-se a trabalhar para entregar “melhor nível de qualidade nos serviços públicos”. E aponta os cinco pactos em conjunto com prefeitos e governadores como a maior resposta às manifestações, que exigiram melhorias na saúde, educação e mobilidade urbana.
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