Obsessão pela beleza alimenta o mercado de cirurgias no Irã

Por causa do desejo de conseguir um marido, características ocidentais ou até mesmo clientes, as mulheres iranianas colocaram seu país no topo da lista das nações que mais fazem cirurgias no nariz, segundo o jornal The Guardian. As iranianas – muitas delas muito jovens, de apenas 16 anos – estão fazendo cirurgias plásticas na esperança […]

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Por causa do desejo de conseguir um marido, características ocidentais ou até mesmo clientes, as mulheres iranianas colocaram seu país no topo da lista das nações que mais fazem cirurgias no nariz, segundo o jornal The Guardian.

As iranianas – muitas delas muito jovens, de apenas 16 anos – estão fazendo cirurgias plásticas na esperança de ficar com os rostos semalhantes aos das atrizes de Hollywood. De acordo com um relatório divulgado em 2013 pelo jornal conservador Etemad, cerca de 200 mil iranianos – a maioria mulheres – se submetem a cirurgias pláticas todos os anos para diminuir o tamanho de seus narizes ou deixá-los mais empinados.

Para muitos, a cirurgia é uma reação às restritivas regras do hijab – o conjunto de vestimentas preconizado pela doutrina islâmica- . “Não é permitido que mostremos nossa beleza, mas é da natureza humana querer chamar atenção com um cabelo ou uma pele bonita, então temos que satisfazer esses instintos ao exibir “arte” em nossas faces”, conta uma iraniana.

Outras mulheres veem a cirurgia apenas como uma maneira de tirar vantagem da modernidade. “A ciência e a tecnologia progrediram, e as pessoas podem ficar mais bonitas. Então por que não deveríamos?”, se pergunta outra iraniana.

Marjan é proprietária de uma loja de roupas e, no auge de seus 33 anos, já fez duas cirurgias plásticas, uma no nariz e outra nas pálpebras e sobrancelhas. Segundo ela, as meninas mais jovens veem na cirurgia uma oportunidade de conseguir um marido com boas condições financeiras e ter uma vida social agitada com uma boa dose de autoestima.

“Eu sempre sentia que estava faltando alguma coisa, e eu realmente odiava minhas expressões quando eu sorria ou gargalhava, então sempre me sentia muito desconfortável ao lidar com as pessoas, mas shoje eu me sinto muito melhor, conta.

Mohammad, que trabalha como em uma loja de acessórios e maquiagem no centro comercial de Teerã, passou pelo procedimento em 2012. Além de melhorar a aparênca, ele queria ficar mais atraente para os clientes. “Eu lido com centenas de mulheres da alta sociedade todos os dias, então eu tenho que ser estiloso e estar sempre bonito”, explica.

Contudo, de acordo com uma pesquisa realizada por um grupo do Centro de Estudos Estratégicos Arya, em Teerã, cerca de 30% dos pacientes não ficam contentes com o resultado.

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