Mãe reclama da Santa Casa por proibir parto em banqueta e acompanhamento de ‘doula’
O trabalho de doulas, assistentes que auxiliam emocionalmente a mulher na hora do parto, casou polêmica no último fim de semana, durante um nascimento na Santa Casa de Campo Grande, no sábado (7). A gestante teria sido proibida de dar à luz seu filho na companhia de sua doula e de seu marido, além de não […]
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O trabalho de doulas, assistentes que auxiliam emocionalmente a mulher na hora do parto, casou polêmica no último fim de semana, durante um nascimento na Santa Casa de Campo Grande, no sábado (7). A gestante teria sido proibida de dar à luz seu filho na companhia de sua doula e de seu marido, além de não poder fazer o parto numa banqueta, como queria.
A confusão gerou transtorno momentos antes do parto. A mãe conta que, como tinha direito somente a um acompanhante, deu à luz seu filho na companhia da profissional e, com isso, seu marido não pode ver o parto, que foi normal. “É complicado, eu a contratei, tenho esse direito”, ressalta. Antes do parto, a doula auxiliou a grávida no trabalho de dilatação antes de chegar à Santa Casa. “Ajudou muito”.
A doula é uma assistente de parto que não possui formação médica. Cabe a ela, proporcionar informação, acolhimento, apoio físico e emocional às mulheres durante a gravidez, o parto e o pós-parto.
Lançada em 2001, pelo Ministério da Saúde, a Rede Cegonha foi criada para garantir um parto humanizado no Sistema Único de Saúde (SUS) e, a participação de doulas, é considerada um instrumento humanizador.
De acordo com o Ministério da Saúde o trabalho da doula é o de acompanhar as mulheres no momento do parto, com apoio emocional e incentivo não só às gestantes, mas também a seus familiares.
De acordo com Camila Bruna Zanetti da Organização Não Governamental (ONG) Artemis, de combate à violência obstétrica, a Santa Casa tem um trabalho voluntário de doulas que é disponibilizado uma vez por semana. “Mesmo assim a mulher tem o direito de escolher sua doula”, conta Camila.
Para o presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Mato Grosso do Sul, doutor Paulo Ito, a presença das doulas é um direito da gestante, porém ele argumenta que o assunto deva ser discutido por conta da atual estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ele explicou que a situação é complicada. “Geralmente estamos em uma equipe com pelo menos cinco pessoas, numa sala 4×4, entre eles o enfermeiro obstétrico, estudante, residente, plantonista, auxiliar de enfermagem. Temos de sentar como categorias e começar a discutir sem vaidades e criar fóruns”, argumenta.
Santa Casa
Questionada sobre a situação, a assessoria de comunicação da Santa Casa de Campo Grande afirmou que as doulas precisam se cadastrar previamente na instituição e que precisam ter certificado de curso específico para poder atuar e acompanhar o parto.
A instituição de saúde ressaltou, ainda, a importância do trabalho das doulas, mas reafirmou a realização de cadastro prévio e qualificação da assistente de parto. No caso em questão, de acordo com a Santa Casa, a paciente quis entrar com a doula e o marido, o que, segundo as normas do hospital e do Ministério da Saúde, configura dois acompanhantes e é proibido.
(Matéria editada às 08h03 para acréscimo de informações)
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