Família de Oziel e lideranças indígenas afirmam que governo trata índio com descaso

Um ano e seis meses após a da morte de Oziel Gabriel, durante conflito de terras na região Buriti, entre as cidades de Sidrolândia e Maracaju, a família do indígena se vê desamparada pelo governo estadual e pela União. O irmão de Oziel, Elizur Gabriel, afirmou que eles estão ‘órfãos do Estado’. Além de Elizur, […]

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Um ano e seis meses após a da morte de Oziel Gabriel, durante conflito de terras na região Buriti, entre as cidades de Sidrolândia e Maracaju, a família do indígena se vê desamparada pelo governo estadual e pela União. O irmão de Oziel, Elizur Gabriel, afirmou que eles estão ‘órfãos do Estado’.

Além de Elizur, um grupo de lideranças indígenas fará uma carta para ser encaminhada ao candidato à presidência Aécio Neves (PSDB), durante passagem dele por Campo Grande, nesta terça-feira (21), para pedir mais atenção do governo com os índios. A população indígena de Mato Grosso do Sul é a segunda maior do Brasil.

“Desde quando meu irmão morreu nada aconteceu. O governo não se pronunciou e empurra a situação da indenização das terras da Buriti. Isso é ruim para nós e para os fazendeiros. Precisamos de amparo para a saúde, educação e agricultura, as aldeias estão abandonadas”, observou Elizur.

A reivindicação das lideranças é de que o Poder Público ouça a voz dos indígenas. Tema de debates eleitores, a questão que envolve os povos originais aparece entre os principais imbróglios da política brasileira. Elcio Terena, membro do Núcleo Indígena do PNUD (Programa das Nações Indígenas para o Desenvolvimento), aponta que falhas do governo têm deixado os índios na miséria.

“Queremos uma política de Estado, ninguém entende dos índios a não ser nós mesmos. Não queremos guerra. O índio está esquecido, nas aldeias faltam conteúdo, assistência e estrutura. Lutamos para que seja implantando um orçamento para atender os indígenas”, pontua.

Amanhã índios das regiões de Miranda, Nioaque, Aquidauana, além dos que moram em Campo Grande devem reunir-se para entregar as demandas para Aécio. Silvana Dias de Souza, outra líder indígena, relata que enquanto o Poder Público não resolve a questão, quem perde são as aldeias.

Segundo ela, o índio precisa sair de onde nasceu para conseguir viver. “Dói para o índio deixar sua cultura, sua casa e sua origem. Mas precisamos sair para encontrar melhores condições de vida, pois não há nas aldeias”, disse.

Relembre a morte de Oziel

Em maio de 2013, o índio terena Oziel Gabriel morreu aos 35 anos durante uma operação de reintegração de posse na fazenda Buriti. Oziel era estudante universitário. O laudo da morte dele não apontou de onde saiu a bala que atingiu o indígena.

Criança é estuprada na Aldeia Bororo

Recentemente uma tragédia chocou Mato Grosso do Sul. Uma menina de nove anos foi estuprada por sete homens na Aldeia Bororo, em Dourados. A criança chegou a passar por cirurgia e precisou ser internada no hospital da cidade.

Conforme levantamento da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), do mês de janeiro a setembro deste ano houve redução no registro de ocorrências relativas à violência contra a mulher nas duas aldeias de Dourados (Jaguapiru e Bororo), mas os casos de estupro aumentaram em relação ao mesmo período do ano passado.

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