Com menos de 18 anos, adolescente ajuda a criar leis e a melhorar a vida das pessoas

Ela tem apenas 17 anos, e ainda nem votou pela primeira vez. Mas apesar de não ter exercido este direito, sua ligação com a política e com a cidadania é muito mais forte que de muito marmanjo.

Amanda Hellen Pereira Delgado diz que nunca foi uma apaixonada por política, mas ao participar de um projeto na escola que ele deputados mirins se interessou e, de repente, viu despertar um interesse que até então estava adormecido. “Foi repentino. Eu tinha pouco interesse pela política, mas depois enxerguei com outros olhos. Se todos se interessassem, participassem, e soubessem como é, como funciona, a política não seria como é”, ensina, com ares de gente grande.

Ela explica que, em conjunto com a equipe jurídica de um dos deputados do Estado, cria os projetos e leva para a Casa para aprovação.

Dos quatro projetos que escreveu dois viraram leis. Um deles diz respeito ao “Dia do Estudante como momento de discussão e mobilização estudantil”.

Amanda diz que o objetivo do projeto é promover no Dia do Estudante um evento entre discentes de nível médio com discussões sobre diversos temas referentes a realidade dos jovens dentro e fora da escola, além de momentos de cunho artístico e cultural, que tenham como base a horizontalidade e a inclusão dos estudantes.

E ela justifica: os movimentos estudantis têm na história importante papel quanto às mudanças sociais e políticas do país e do mundo. É indiscutível a capacidade de mobilização e ação dos jovens, mas esse perfil é somente despertado com seu reconhecimento no grupo, com o sentido de pertencimento e com o entendimento de sua realidade. Um evento como o proposto pode despertar forças unificadoras entre os jovens, que levem a criação de grêmios estudantis e a participação ativa nas organizações estudantis.

O outro projeto é sobre problemas que vê no cotidiano das pessoas. “Quase não uso ônibus. Mas, esses dias precisei e vi que nos terminais não tem a menor acessibilidade. O governo exige que todos coloquem piso táteis em suas calçadas, mas não faz a lição de casa”, critica.

No projeto ela solicita que o piso seja implementado com urgência nos terminais de ônibus para que os deficientes visuais tenham mais facilidade para se locomoverem.

Orgulho

Como não poderia deixar de ser, Amanda é o orgulho do pai Luiz Alves Delgado, de 46 anos, funcionário público. Ele diz que não teve as mesmas oportunidades que pode dar para a filha, por isso faz de tudo para que ela cresça uma cidadã consciente e cheias de ideias. “Acredito que ela tem boas ideias e poderá ser uma excelente política um dia;. Estamos aqui para apoiá-la”, finaliza.

(Matéria editada às 18h21, do dia 30)