Com a vida na mochila e sem grana ele viaja levando seu som e aprendendo outros

Na mochila ele leva tudo que precisa para viver: saco de dormir, colchonete térmico, lençol, toalha, roupas de frio e de calor, um fogaréu a álcool, uma panela e alguns talheres. Artigos para fazer artesanato e claro, os instrumentos de percussão. Em outra bolsa, o capixaba Vitor Martins Lopes, 24 anos, põe o bangô, a […]

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Na mochila ele leva tudo que precisa para viver: saco de dormir, colchonete térmico, lençol, toalha, roupas de frio e de calor, um fogaréu a álcool, uma panela e alguns talheres. Artigos para fazer artesanato e claro, os instrumentos de percussão. Em outra bolsa, o capixaba Vitor Martins Lopes, 24 anos, põe o bangô, a meia lua, o pandeiro e o chocoalho que garantem música e trabalho por onde ele passa.

Vitor garante não precisar de muito para viver. Segundo ele, que é praticante de uma filosofia anticapitalista, para ser feliz basta ter uma vida simples. “O negocio é ter uma vida simples, quanto menos você tem menos você se preocupa”, filosofa.

Mas sabe que em alguns casos não tem jeito, se não tem grana não rola. Por isso, apesar de ser contra a cultura do consumo mantém atividades que lhe gera alguma renda. O resto vive de doações ou solidariedade das pessoas.

Nas viagens além dos instrumentos carrega materiais de artesanato, com isso faz artigos de decoração como mandalas e vende pelo caminho. As vezes tira uma grana também tocando, e outras vezes, até fica um tempo em alguns lugares dando aula de percussão.

Em Campo Grande deve ficar por alguns dias pois já tem um aluno. “Fui a um churrasco e o cara me viu tocar e curtiu. Então vou ficar uns dias ai ensinado ele”, diz.

Assim que terminar as aulas, o destino deve ser Paraguai, Bolívia, Argentina, Uruguai e Chile. Não necessariamente nesta ordem. Vitor conta que deve pegar uma carona para o Paraguai e lá quer ficar uns dias para conhecer o som local. Como não conhece nada diz estar empolgado para ver o que lhe espera.

Depois da polca e das guaranias, vai ser a vez do som andino entrar em seus ouvidos. O destino: Bolívia. Para chegar lá a ideia é pegar o Trem da Morte e ir recorrendo as pequenas cidades do interior boliviano. Depois Peru, Argentina e Uruguai até chegar ao Chile.

No extremo sul do continente pretende levar o samba e o borogodó dos brasileiros. Mesmo sem conhecer ninguém já tem um plano: Chegar procurar algum ‘maluco’ pelas ruas tocando violão e fazer amizade. Depois é só formar o grupo de batuque e começar o samba.

Foi desse jeito, inclusive, que ele veio parar em Mato Grosso do Sul. Depois de ter feito um som no Rio de Janeiro, em um Encontro de Juventude Anticapitalista, conheceu Douglas Almeida de Andrade, 21 anos.

O sul-mato-grossense o convidou para vir para cá e ele aceitou. A ideia original era ir para o Rio Grande do Sul, mas como a viagem não vingou mudou o destino. “É comum eu pensar em ir para um lugar e ir para o outro. Vou indo conforme as coisas vão rolando”, conta.

Dos ensinamentos da vida andarilha diz que o mais importante é manter a humildade e o pensamento positivo. Segundo Vitor, nada mais poderoso que pensar coisas boa e manter a energia positiva.

E assim ele, vai tocando seu pandeiro, fazendo suas mandalas e levando seu samba. Sem medo do que vem pela frente ele põe a mochila nas costas e busca a felicidade. Que como ele bem disse, é simples e está no pensamento positivo de cada um.

O facebook do Vitor pode ser acessado por aqui, se você quiser ajudá-lo ou conhecer mais sobre seu trabalho acesse.

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