CNV ouvirá indígenas de MS sobre casos de violência

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) vai iniciar amanhã (25) uma audiência pública na cidade de Dourados (MS), para tratar de casos de violência contra tribos indígenas, no período de 1946 a 1988. Amanhã e depois (26) serão apresentados nove casos de violação de direitos humanos contra índios no estado. Estarão presentes as etnias Guarani-Ñandeva, […]

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A Comissão Nacional da Verdade (CNV) vai iniciar amanhã (25) uma audiência pública na cidade de Dourados (MS), para tratar de casos de violência contra tribos indígenas, no período de 1946 a 1988. Amanhã e depois (26) serão apresentados nove casos de violação de direitos humanos contra índios no estado. Estarão presentes as etnias Guarani-Ñandeva, Guarani-Kaiowá, Terena, Kadiwéu, Kinikinau, Ofaié-Xavante e Guató.

Será a segunda audiência pública na cidade, e os depoimentos colhidos nas duas oportunidades poderão ser usados como base para possíveis pedidos de indenização coletiva, ou outras ações compensatórias, em favor das comunidades indígenas.

“A violência sistêmica começou lá atrás, capitaneada pelo Estado brasileiro. Crimes foram cometidos, remoção de populações inteiras para atender interesses particulares. Estamos resgatando o direito à verdade, à reparação e, principalmente, agindo para que isso não se repita”, disse o procurador da República, Marco Antonio Delfino, ao site do CNV.

A psicanalista Maria Rita Kehl, integrante da CNV, já ouviu várias tribos indígenas para auxiliar no desenvolvimento das atividades do grupo de trabalho Graves violações de Direitos Humanos no Campo ou Contra Indígenas. Segundo ela, seu trabalho mostrou a importância de colher depoimentos das vítimas residentes em regiões isoladas do país.

“A sociedade brasileira desconhece grande parte do que ocorreu com os camponeses, e menos ainda com os índios (…). Espero que meu relatório tenha também o efeito de sensibilizar o Brasil para a enorme riqueza cultural e subjetiva que se perde com a destruição das condições de vida de camponeses e indígenas”, disse Maria Rita ao site do CNV.

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