#CGR115: Com fechamento recente, Cine Campo Grande funcionou por 32 anos no centro da Capital
Quem não se lembra do Cine Campo Grande, na Rua 15 de novembro, entre as ruas Pedro Celestino e Rui Barbosa, em Campo Grande. Somente os mais novos não vão saber, mas o cinema funcionou até 2012 e, hoje, em dia, o prédio continua com a mesma estrutura, mas não é mais aberto ao público. […]
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Quem não se lembra do Cine Campo Grande, na Rua 15 de novembro, entre as ruas Pedro Celestino e Rui Barbosa, em Campo Grande. Somente os mais novos não vão saber, mas o cinema funcionou até 2012 e, hoje, em dia, o prédio continua com a mesma estrutura, mas não é mais aberto ao público. Tapumes e árvores encobrem o local.
O Cine Campo Grande foi inaugurado em 1980 e era considerado ‘cinema popular’ em virtude dos preços baixos. Famílias inteiras costumavam lotar as duas salas do cinema, que cobrava R$ 8, terça e quinta-feira e R$ 10, aos sábados e domingos. Na quarta-feira, no dia promocional, o ingresso custava R$ 3,50. As salas de exibição contavam com 749 cadeiras.
“Ia semanalmente ao Cine Campo Grande. Era um cinema adorável, apesar de não ter conforto dos cinemas atuais”, lembra o professor Eldes Ferreira, 40 anos. Tanto quanto ou mais do que apreciar os filmes, o que Eldes achava mais incrível era o público. “As pessoas tinham o hábito de bater palmas quando o filme terminava como se fosse um espetáculo de teatro ou algo parecido”, rememora.
O curioso costume, acredita, seria em virtude da pouca familiaridade que as pessoas tinham com o cinema. “Muito interessante e espontâneo, como se estivessem em um espetáculo”.
Ana Leila Barros, corretora de imóveis, 58 anos, lembra que era, literalmente, a tia que levava as crianças para o cinema, e o Campo Grande, era o escolhido. “Fazíamos tudo juntos. Se levava meu filho, o sobrinho ia também”, lembra. Entre filhos e sobrinhos, cinco crianças e a tia aproveitavam as sessões do antigo cinema.
O forte do Cine Campo Grande era a exibição de filmes de lançamentos mundiais que fez com que o cinema funcionasse por 32 anos. A chegada dos cinemas Haway I e II, no shopping Campo Grande, enfraqueceu o público, que ‘migrou’, aos poucos, para as salas conjugadas do centro comercial. “Cheguei a escrever um email para o dono lamentando o fechamento do cinema”, conta Elder.
A transmissão de filmes no Cine Campo Grande era feita com tecnologias de boa qualidade e o cinema contava bomboniére, com pipocas, refrigerantes e doces. “Nada muito diferente do atual. Quando se imaginava que o filme seria muito procurado, o cinema iniciava suas atividades logo no início da tarde”, afirma a funcionária pública, Flaviana Miranda, que escreveu trabalho sobre os cinemas da Capital.
A última reforma ocorreu em 2006, com a redução de lugares, que passou a ser 220 na sala I e 270 na segunda sala. Depois disso, não houve mais revitalização e, em 2010, o proprietário resolveu fechar as portas de vez. Até hoje, o local encontra-se fechado.
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