WWF acusa Austrália de falhar com Unesco sobre Barreira de Coral
A Austrália insistiu esta sexta-feira que proteger a Grande Barreira de Corais é uma grande prioridade, mas o grupo ambientalista Fundo Mundial para a Natureza (WWF) acusou o governo de não ter feito o suficiente para evitar que a Unesco declare o local um patrimônio mundial “em perigo”. Em junho passado, a Unesco exigiu uma […]
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A Austrália insistiu esta sexta-feira que proteger a Grande Barreira de Corais é uma grande prioridade, mas o grupo ambientalista Fundo Mundial para a Natureza (WWF) acusou o governo de não ter feito o suficiente para evitar que a Unesco declare o local um patrimônio mundial “em perigo”.
Em junho passado, a Unesco exigiu uma ação decisiva da Austrália para proteger o maior recife de coral do mundo dos efeitos da exploração de recursos e do crescente desenvolvimento costeiro, correndo o risco de sofrer o constrangimento de vê-lo inserido na lista de locais em perigo.
O prazo que a organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura deu ao governo australiano para delinear como planeja melhorar a gestão e a proteção do local, atendendo as metas principais recomendadas pelo Comitê Mundial do Patrimônio acaba nesta sexta-feira.
Ao divulgar sua resposta à Unesco, o ministro do Meio Ambiente, Tony Nurke, disse que o governo está “absolutamente comprometido” em proteger a Barreira de Corais.
“Fizemos avanços substanciais para atender às recomendações feitas pelo Comitê do Patrimônio Mundial, inclusive um acordo para realizar uma das avaliações estratégias mais abrangentes já feitas na Austrália”, afirmou.
Ele disse que a resposta destacou “as melhores práticas (da Austrália) na gestão do parque marinho e confirma nossa disposição em partilhar nossa experiência com outros países que têm questões de preservação similares”.
Burke afirmou que o governo australiano já investiu 200 milhões de dólares australianos (US$ 208 milhões) em um programa para salvar o recife e pagaria 800 milhões de dólares australianos adicionais para combater a destrutiva estrela-do-mar coroa-de-espinhos que tem dizimado o coral.
Segundo ele, informes de avaliação sobre o planejamento futuro foram realizados para determinar “onde o desenvolvimento sustentável pode ocorrer, o tipo de desenvolvimento que será permitido e as condições em que este desenvolvimento pode continuar”.
Mas o WWF, juntamente com a Sociedade de Conservação Marinha Australiana, acusam a Austrália de não demonstrar suficientes progressos.
O diretor da campanha do WWF, Richard Leck, declarou marcar em um cartão os pontos feitos pelo governo federal e do estado de Queensland para responder à lista de recomendações do Comitê do Patrimônio Mundial.
“A pontuação sombria reforça nossas sérias preocupações de que a Unesco não terá outra opção que recomendar que a Barreira de Coral seja colocada em sua nada invejável ‘Lista do Patrimônio Mundial em Perigo’, a lista da vergonha”, disse Leck.
“O impacto disto seria sentido em toda a economia de Queensland, especialmente na indústria do turismo relacionada com a barreira de corais, estimada em Aus$ 6 bilhões. A reputação da Austrália corre perigo”, afirmou.
A Austrália vive uma onda sem precedentes de investimentos em recursos, devido à crescente demanda da Ásia, com projetos diversos sendo financiados com centenas de bilhões de dólares.
Em junho, a Unesco informou que o elevado número e a escala das propostas, incluindo projetos de exploração de gás liquefeito de petróleo, turismo e mineração, poderiam ameaçar o status do recife, ameaçado pela queda da água marinha e pelas mudanças climáticas.
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