Seguro de carro deve incluir enchente; veja 7 cuidados para garantir cobertura

Os motoristas que contrataram seguro completo — que inclui roubo, colisão e incêndio — para seus carros devem ficar tranquilos em relação à cobertura contra enchente em água doce (que exclui o mar). De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a proteção é exigência nos pacotes completos desde 2004. Com as chuvas de […]

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Os motoristas que contrataram seguro completo — que inclui roubo, colisão e incêndio — para seus carros devem ficar tranquilos em relação à cobertura contra enchente em água doce (que exclui o mar). De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a proteção é exigência nos pacotes completos desde 2004.

Com as chuvas de verão — como as que deixaram quase 60 mil desabrigados no Espírito Santo —, a quantidade de sinistros neste período aumenta 30% em relação ao resto do ano. Anualmente, os casos de carros submersos em água doce aumentam 15%, calcula a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).

Antes de precisar usar o seguro, contudo, é preciso ficar atento às particularidades de sua apólice para evitar que uma enchente resulte na perda parcial ou total do seu veículo (confira sete cuidados no quadro abaixo). Atualmente, não existe apólice exclusiva para enchentes. É necessário contratar um pacote completo.

Segundo Maria Inês Dolci, coordenadora da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), antes de fechar o contrato, é preciso detalhar com veracidade onde você vai deixar o carro no período da noite e quem vai dirigí-lo, incluindo possíveis motoristas.

“Isso é fundamental porque na hora que ocorrer uma enchente, eles podem alegar que você não avisou que haveria um segundo motorista ou que deixaria o carro na rua”, exemplifica ela.

Além disso, no caso de uma enchente, o motorista segurado deve entrar em contato automaticamente com a seguradora, evitando contratar guincho e limpeza automotiva particular, por exemplo. “Eles podem transferir para você a responsabilidade de ter retirado ou limpado o veículo de forma errada”, alerta Maria Inês.

O segurado que costuma viajar também deve ter atenção. Isso porque o seguro cobre apenas submersão do carro em água doce. Ou seja, andar com o carro na praia pode representar um risco irreparável.

“Para a seguradora ressarcir o segurado, ele precisa comprovar que foi pego de surpresa pela enchente”, adverte Luiz Alberto Pomarole, vice-presidente da FenSeg.

Acelerar o carro para passar pela enchente, por exemplo, não configura surpresa, exemplifica Pomarole. Logo, não há cobertura pela seguradora nesta situação.

Apólices completas

Segundo Marcelo Sebastião, diretor de auto da Porto Seguro, 99% das apólices de veículos contratadas pelos brasileiros são completas. Ou seja, incluem a cobertura contra enchente, incêndio, roubo e colisão. “Dificilmente, o motorista vai ficar sem cobertura nesse caso”, garante ele.

As ocorrências de carros submersos em água doce crescem até 40% na seguradora durante o verão. Há anos, no entanto, que registram aumento de 50%. Para agilizar o processo de retirada do veículo nesses casos, a Porto comprou caminhões especializados em tirar carros da água.

“É como se fosse um guindaste que suspende o veículo sem causar mais danos ao carro”, explica o executivo.

A seguradora também oferece um pacote que cobre higienização e troca de estofado no caso de alagamento do veículo. Os serviços estão inclusos nos produtos “Porto Seguro Mais Mulher”, “Porto Seguro Mais” e “Auto Sênior”. O limite de valor é de R$ 800.

Apesar do aumento na quantidade de ocorrências no período de verão, o número de carros rebocados em enchentes ainda é bastante pequeno, pondera Laur Diuri, diretor de sinistros da Allianz Seguros.

Na seguradora, por exemplo, há 200 sinistros de enchente por mês contra 7 mil de colisão. “A quantidade [de ocorrências] só ganha representatividade quando há grandes catástrofes, como a que ocorreu no Espírito Santo”, acrescenta.

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