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Santa Casa demora três dias para internar professora com fratura na coluna

Os médicos constataram que ela havia fraturado a coluna. Mesmo assim ela foi liberada sem nenhuma imobilização e teve que voltar ao hospital após sentir fortes dores.
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Os médicos constataram que ela havia fraturado a coluna. Mesmo assim ela foi liberada sem nenhuma imobilização e teve que voltar ao hospital após sentir fortes dores.

A merendeira Veranice Gomes, 56 anos, sofreu uma fratura na coluna na última quinta-feira (9). Ela foi encaminhada para a Santa Casa, onde só conseguiu fazer um raio-x no dia seguinte e, mesmo assim, foi liberada pelo médico plantonista para voltar para casa. Ela voltou ao hospital ontem, depois de passar o fim de semana com fortes dores, e acredita que só conseguiu ser internada por ter plano de saúde.

Veranice estava dentro de um ônibus do transporte coletivo de Campo Grande, que trafegava em alta velocidade, quando passou por uma valeta. Neste momento, a professora foi “erguida” do assento, caiu sentada e, com o impacto, sofreu a fratura. O relato é do enteado de Veranice, João Carlos Melgar, 53 anos.

O motorista do ônibus parou o veículo e acionou o Samu, que encaminhou Veranice para a Santa Casa, onde ela deu entrada às 17 horas de quinta-feira. Somente na sexta-feira, por volta das 9 horas, foi feito o exame que constatou a fratura.

“O médico que a atendeu tinha encerrado o plantão e não estava mais no hospital. Por isso, outra médica fez a avaliação da minha madrasta, só receitou uns remédios para dor e mandou ela para casa”, conta Melgar. Neste dia, a avaliação foi feita pelo SUS, porque ela estava sem a carteira do plano de saúde particular.

Veranice passou o fim de semana com fortes dores, por isso a família a levou de volta para Santa Casa, na manhã de ontem. “Ela fez outro raio-x e, só então foi internada, isso porque temos plano de saúde. Hoje, ela continua lá. Se tivesse sido prontamente atendida, já poderia estar bem melhor”, acredita Melgar.

Santa Casa alterou prontuário para esconder demora no atendimento, acredita Melgar

Agora que o problema da internação foi resolvido, a família de Veranice se depara com outro impasse. Conforme o prontuário médico apresentado à Melgar, a paciente deu entrada na Santa Casa na quinta-feira e, no mesmo dia, foi liberada, o que, segundo a família, não aconteceu.

“Eles me mostraram a ficha dela no computador, e o que está lá não é verdade, passamos a noite em claro aguardando o atendimento. Isso pode ser facilmente constatado pela receita da médica que a atendeu na sexta-feira, e passou os medicamentos antes de manda-la para casa”, rebate Melgar.

O hospital também se recusa a liberar uma declaração de que a paciente deu entrada no hospital,  necessária para que a família acione a empresa do transporte coletivo que causou o acidente. “Na empresa não tive problemas, eles só disseram que precisam do documento que ateste a fratura e os danos sofridos pela minha madrasta”, explica Melgar. A alegação do hospital, segundo ele, é de que “existem 2 mil casos como esses que aguardam a liberação, e que é preciso esperar”.

Sobre a negligencia do hospital, Melgar afirma que pretende tomar as providências cabíveis. “Primeiro, vou resolver a questão com a empresa de ônibus que, até agora, se mostrou disposta a assumir o erro. Mas, não existe um hospital do porte da Santa Casa liberar um paciente com fratura na coluna”, comenta.

A assessoria de comunicação da Santa Casa não se manifestou sobre a demora no atendimento relatada pela família, nem sobre o fato de a paciente ter recebido alta com a coluna fraturada. Segundo o prontuário de Veranice, ela deu entrada no hospital às 17 horas do dia 9, e teve alta no mesmo dia, às 17h35.

Sobre a liberação do prontuário, o hospital afirma que, antes de fornecer uma cópia é preciso faturá-lo e, por causa da “alta demanda”, o procedimento pode demorar.

Até o momento do fechamento desta matéria, nenhum procedimento de imobilização foi feito na paciente.

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