Quilombolas do Estado iniciam segundo projeto do PAA da Agricultura Familiar
Duas comunidades quilombolas de Mato Grosso do Sul (Chácara Buriti e Furnas do Dionísio), já estão incluídas no segundo projeto do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) em 2013. Estão sendo beneficiados pelo programa aproximadamente 136 produtores rurais quilombolas destas comunidades. Eles devem iniciar a comercialização de seus produtos ainda neste mês. O PAA no […]
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Duas comunidades quilombolas de Mato Grosso do Sul (Chácara Buriti e Furnas do Dionísio), já estão incluídas no segundo projeto do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) em 2013. Estão sendo beneficiados pelo programa aproximadamente 136 produtores rurais quilombolas destas comunidades. Eles devem iniciar a comercialização de seus produtos ainda neste mês.
O PAA no Estado é operacionalizado pela Superintendência Regional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e conta com a parceria do governo do Estado, por meio da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer). De acordo com as informações do setor de Desenvolvimento de Projetos da Conab, o programa vai beneficiar 86 agricultores da Comunidade Remanescente de Quilombos da Chácara do Buriti – que fica localizada a 27 quilômetros de Campo Grande. Segundo a Conab, o valor total dos recursos destinados (do projeto) para comercialização dos agricultores da Chácara Buriti é de R$ 412.800,00.
Os moradores da Chácara do Buriti têm na produção de hortaliças (alface, rúcula, berinjela, cenoura, beterraba, salsinha, cebolinha, coentro, abóbora, mandioca, milho verde) a base de sua renda. Tudo que produz é comercializado com a Conab por meio do Programa de Aquisição de Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Segundo a presidente da Comunidade Remanescente de Quilombos Chácara Buriti, Lucinéia de Jesus Domingos Gabilão, com a expansão da área em mais 14 hectares a comunidade passou a dispor de um total de 44 hectares, no ano passado, o que vai contribuir para o aumento da produção de renda de 55 famílias que residem no local e que tem direito a terra. Ela explica que o projeto do PAA beneficia direta e indiretamente cerca de 320 pessoas da comunidade quilombola.
“O projeto do PAA é de fundamental importância para qualidade de vida e gera emprego e renda para as famílias quilombolas da região”, disse Lucinéia ao informar que o governo do Estado, por meio da Agraer, além de prestar assistência técnica aos produtores rurais também realiza trabalho de logística com transportes de alimentos para Capital. “Também temos parcerias com o programa “Mesa Brasil”, do SESC, com a venda dos alimentos para diversas entidades da Capital”.
Furnas do Dionísio
Cinquenta produtores rurais da comunidade remanescente de quilombos das Furnas do Dionísio, localizada no município de Jaraguari, serão beneficiados pelo programa do PAA, com recursos no total de R$ 239.979,40. De acordo com a Conab, a previsão da produtividade, por quilo de alimentos, é de R$ 181.294,00.
A presidente da Associação da Comunidade Remanescente de Quilombos das Furnas do Dionísio, Maria Aparecida Martins, disse que antes toda produção dos alimentos (milho verde, mandioca, abobara, banana e hortaliças) era comercializada nas Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa/MS). “Agora temos uma parceria com a Prefeitura Municipal de Campo Grande para compra de nossos produtos, que serão comercializados na Capital. O PAA para nós está sendo muito bem vindo e importante para a sustentação e produtividade das famílias quilombolas. Há dois anos que somos beneficiados pelo programa”, informa Martins.
Como participar
Do programa PAA podem participar agricultores cadastrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), inclusive os povos e comunidades tradicionais – extrativistas, quilombolas, famílias atingidas por barragens, trabalhadores rurais, comunidades indígenas e agricultores familiares em condições especiais. Os participantes deverão estar organizados em cooperativas ou associações.
Na proposta a ser apresentada, além da identificação dos agricultores que vão fornecer os alimentos, devem constar as instituições que serão beneficiadas com a distribuição dos alimentos e o tipo de produto a ser fornecido. Enquadram-se no PAA os produtos de origem agropecuária e extrativista próprios para consumo humano, sejam in natura, industrializados, processados ou orgânicos.
Outras informações sobre o PAA estão no site www.igualdaderacial.ms.gov.br
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