Protesto joga fezes de animais no prédio da prefeitura de Florianópolis

Um grupo de manifestantes do Movimento Passe Livre (MPL) jogou fezes de animais na escadaria da prefeitura municipal de Florianópolis na manhã desta quinta-feira, em protesto contra o novo edital de transporte público lançado pela administração municipal. A ação ocorreu pouco antes das 8h e não durou mais do que cinco minutos. De acordo com […]

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Um grupo de manifestantes do Movimento Passe Livre (MPL) jogou fezes de animais na escadaria da prefeitura municipal de Florianópolis na manhã desta quinta-feira, em protesto contra o novo edital de transporte público lançado pela administração municipal. A ação ocorreu pouco antes das 8h e não durou mais do que cinco minutos.

De acordo com a Guarda Municipal, cerca de 10 pessoas pararam no local e usaram baldes para jogar as fezes na escadaria do prédio, que abriga o gabinete do prefeito César Souza Júnior (PSD). Ninguém foi preso. O órgão informou que irá ampliar a fiscalização em prédios públicos a partir de hoje, para tentar coibir novos ataques.

O MPL assumiu o ato, realizado em protesto contra o novo edital de transporte público lançado pela prefeitura da capital catarinense. Várias audiências estão marcadas para aos próximos dias em diversos bairros da cidade, e o MPL promete realizar novas manifestações.

Nas redes sociais e em documentos entregues à população, o grupo cita o termo “cagada” para criticar o prefeito César Souza Júnior e o novo projeto de transporte.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos.

Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014,a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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