Promotor fez denúncia contra a boate Kiss em 2011 após pedido de bombeiros
Uma requisição do MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) de 7 de julho de 2011 pedia uma vistoria na boate Kiss, de Santa Maria, para verificar a situação sanitária e de plano de combate a incêndio na casa noturna onde morreram mais de 200 jovens na madrugada do último domingo (27). O documento […]
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Uma requisição do MP-RS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) de 7 de julho de 2011 pedia uma vistoria na boate Kiss, de Santa Maria, para verificar a situação sanitária e de plano de combate a incêndio na casa noturna onde morreram mais de 200 jovens na madrugada do último domingo (27).
O documento é assinado pelo promotor público João Marcos Adede y Castro, que se aposentou em dezembro do último ano. “Eu recebia muitas denúncias de bombeiros que iam fiscalizar os locais e não eram obedecidos pelos proprietários. Então, eles me procuravam porque se sentiam impotentes e não conseguiam obrigar os donos a seguirem as leis. Foi o caso da denúncia dessa boate”, relata Castro.
A comunicação tinha como destinatário Wladimir Comassetto, então um dos comandantes locais da Brigada Militar, a denominação gaúcha para a PM. A Brigada é a responsável pelo Corpo de Bombeiros em todo o Rio Grande do Sul. Comassetto hoje está na reserva.
Como comprovou a tragédia que comoveu o Brasil e o mundo, não houve mudança significativa na casa noturna. “Aqui em Santa Maria há uma resistência forte porque os empresários não querem gastar com segurança e não há uma pressão governamental para controlá-los”, conta o promotor, que diz ter mandado mais de 400 pedidos de fiscalização do comércio da cidade gaúcha.
Essa declaração vem ao encontro da notícia de que a delegacia e a própria Prefeitura de Santa Maria estão com alvarás de combate de incêndio vencidos.
Nesta semana, o Corpo de Bombeiros de Santa Maria confirmou que existem milhares de pedidos na fila para serem examinados, e que, portanto, alguns meses podem se passar até que o alvará acabe sendo renovado.
“Todas as escolas públicas daqui não têm alvará nem estrutura para evacuação de incêndio. É a regra da cidade. A fiscalização e fechamento de locais e de comércios não dá voto”, critica Castro.
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