Odebrecht já tem plano de ações para retomar as obras na Arena Corinthians
Corinthians e Odebrecht vão colocar em prática a partir desta segunda um plano de ações com cronograma detalhado para a retomada de obras no estádio em Itaquera. Em suma, os trabalhos serão feitos em algumas frentes, como os setores que estão liberados para atividade, além de aguardar a finalização da perícia para que a área […]
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Corinthians e Odebrecht vão colocar em prática a partir desta segunda um plano de ações com cronograma detalhado para a retomada de obras no estádio em Itaquera. Em suma, os trabalhos serão feitos em algumas frentes, como os setores que estão liberados para atividade, além de aguardar a finalização da perícia para que a área embargada do acidente seja liberada. Mas a empresa garante que não vai aumentar o efetivo de operários neste momento – cerca de 1.350 profissionais estão na obra –, mesmo que seja para acelerar o processo e recuperar o tempo perdido.
Na realidade, os trabalhos durante 24 horas devem ser intensificados, mas com o mesmo contingente de operários. Outro detalhe importante é que, provavelmente, o procedimento para finalização da última peça da cobertura será mudado, até pela falta de um grande guindaste para a execução. Só para se ter uma ideia, são necessárias cem carretas para transportar o guindaste gigante até São Paulo, por exemplo. A tendência é que a treliça de aço seja erguida em pedaços menores, com guindastes de menor porte, e soldados lá em cima.
No total, a cobertura pesa 7 mil toneladas. Por não haver um equipamento para erguer tudo isso de uma vez e colocar no teto do estádio, o procedimento foi feito aos poucos e todas as peças foram sendo colocadas. A última, de 420 toneladas, fecharia a parte de estrutura mais pesada da cobertura, que é revestida por uma membrana branca, que por sua vez é recheada com material isolante térmico e acústico, gesso Densdeck e telha metálica.
A peça que caiu utiliza principalmente material à disposição no mercado – tem algumas partes que são importadas –, mas existem peças reservas que poderão ser substituídas imediatamente, ou seja, dependendo da decisão que os engenheiros tomarão sobre o aproveitamento de partes da treliça que caiu (especialistas terão de avaliar item por item), rapidamente uma nova peça será fabricada e montada no próprio canteiro de obras.
Um dos maiores problemas é que os profissionais envolvidos com a obra na Arena Corinthians não podem entrar na área onde ocorreu o acidente, que representa 30% do terreno e 5% da obra. Sem conseguir ver mais de perto os danos, fica difícil dar uma nova data de entrega do estádio. Assim que a perícia permitir a retomada dos trabalhos no setor, a primeira coisa que a Odebrecht vai fazer é retirar o guindaste e a peça que seria colocada na cobertura.
Nesse momento começará o trabalho que é chamado de desentulho, ou seja, retirar do local todos os pedaços de parede que caíram, restos da cobertura e tudo mais que esteja no chão. Ao mesmo tempo, a intenção da empresa é chamar um grupo de especialistas para confirmar se a estrutura realmente não sofreu danos com o impacto. Para fazer essa verificação, será feito um teste de integridade com ultrassom, que consiste em medir com precisão a espessura da parede e a extensão de fissuras nos materiais internos.
PILARES
A maior preocupação é se houve danos nos pilares de sustentação que seguram as lajes no canto do prédio. No pouco contato que foi possível ter com a área afetada, não há indícios de que tenha tido problema. Na realidade, apesar da tragédia que culminou na morte de dois operários, a treliça de sustentação caiu no lugar quase neutro, ou seja, em uma área que não tinha arquibancada e por isso os problemas são menores do que se imagina.
Já a fachada de led, que tem o maior telão de estádio do mundo, que mede 170 metros de comprimento por 20 metros de altura, teve oito de suas 44 colunas atingidas. Então parte dos 1.320 painéis de vidro e 2.600 conexões terá de ser substituída, mas a Osram, fornecedora do equipamento, diz que consegue trocar o material quebrado em cerca de um mês. Isso significa que neste quesito também não haverá problemas de falta de material. Além disso, as novas conexões terão de ser feitas e as luzes da fachada precisarão passar por novos testes.
OBRAS ACELERADAS
A Fifa já dá como certo o atraso no cronograma de obras da Arena Corinthians e prevê um prazo de 45 a 60 dias para resolver a situação. Até por isso, mesmo antes de a perícia liberar o setor onde caiu a peça da cobertura, a intenção da Odebrecht e do clube é acelerar a obra em outros setores do estádio.
Segunda-feira, o processo de colocação das cadeiras será reiniciado. As atividades no Prédio Oeste, o maior do estádio, também serão retomadas. Enquanto isso, a Fast, empresa contratada para colocar as arquibancadas móveis, continuará a fazer as fundações nos Prédios Norte e Sul, e também fará a fundição das peças na fábrica na Grande São Paulo. Para a colocação das arquibancadas, será necessário que os pilares de sustentação da cobertura sejam retirados.
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