Na Capital, atendimento para quem tem problema auditivo tem até aparelho pago pelo SUS
Pouca gente sabe, mas o programa de uma universidade oferece assistência para quem tem problemas auditivos e consegue até aparelhos sem custo algum para o paciente. O serviço já mudou a vida de muitos em Campo Grande. “Agora ninguém mais me pede para abaixar o volume da televisão”, conta dona Eny Neves Barbosa, 74 anos, […]
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Pouca gente sabe, mas o programa de uma universidade oferece assistência para quem tem problemas auditivos e consegue até aparelhos sem custo algum para o paciente. O serviço já mudou a vida de muitos em Campo Grande.
“Agora ninguém mais me pede para abaixar o volume da televisão”, conta dona Eny Neves Barbosa, 74 anos, aposentada e estudante, sobre a vantagem de usar um aparelho auditivo. Ela perdeu praticamente toda a audição do ouvido esquerdo e parte do direito, além de parte da visão devido a complicações em uma cirurgia e revela que a vida de quem ouve pouco não é fácil.
A perda ocorreu há mais de dez anos, quando ela ainda morava em São Paulo. Na época, diz que chegou a usar um aparelho, daqueles ‘grandões’ no ouvido, mas era muito incômodo e caro. E quando o equipamento deu problema não teve dinheiro para retirá-lo e teve que aprender a conviver com a deficiência.
“Ficou muito caro o conserto e eu não tinha como pagar”, revela.
Ela, então, aprendeu leitura labial e a aguçar a percepção para não se isolar do mundo. “Mesmo se alguém chegava por trás de mim, eu sentia. E sabia que era comigo”, fala como se virava sem ouvir direito.
Mas a convivência interpessoal, confessa, não era mesma. “Para ouvir uma televisão eu precisava colocar no máximo. Quando as pessoas falavam comigo, muitas vezes, eu precisava pedir para repetir”, diz, lembrando que isso causava um certo ‘desconforto’ na família.
Até que um dia já morando aqui em Campo Grande foi encaminhada por um grupo de convivência que participava para realizar exames de visão e audição. Com o problema atestado, foi levada para a Clínica da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) para participar de um programa de saúde auditiva.
O projeto, que funciona em convênio com o Ministério da Saúde, oferece atendimento gratuito e especializado aos portadores de deficiência auditiva. Lá, dona Eny fez os exames e até ganhou o aparelho. Diferente do trambolho que usava, o novo equipamento é moderno, de última geração, e não custou nada. Tudo foi feito pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
“Além de eu não ter pagado nada, esse aparelho é muito melhor. É pequenino, nem dá para ver. E muito confortável”, diz. A única desvantagem, fala, é a distância. “É longe aqui, né? Mas, compensa pelo tratamento”, completa.
A coordenadora do projeto, a fonoaudióloga Regiane Bergamo Gomes da Silva, 42 anos, conta que eles atendem pacientes com diversos tipos de deficiência, desde pessoas que nasceram com pouca audição como idosos que foram perdendo o sentido ao longo da vida.
Para cada paciente, e para cada problema, revela que há um aparelho específico que pode ser minirretroauricular, retroauricular, intracanal e microcanal. Todos os aparelhos são oferecidos sem custo algum para o paciente e são de tecnologia de ponta, conta Regiane. “Tem aparelho aqui que custa R$6 mil, R$7 mil, cada lado. O par pode chegar a quase R$15 mil. E tudo é ofertado pelo SUS”, conta.
Segundo ela, em média 200 pacientes são atendidos com aparelhos mensalmente na clínica. O número de consultas é bem maior, fala. Mas, a clínica tem capacidade para atender muito mais. Por isso, diz, a importância da divulgação do trabalho. “Temos condições de atender muitas mais pessoas”, conta, perguntando se pode divulgar o telefone.
Então, se você conhece alguém que está com problema de audição e não tem condições de pagar um médico informe a ela que a Clínica da UCDB oferece o serviço sem custo algum. Para mais informações e agendamentos ligue 3312-3697 ou mande um email para [email protected], aos cuidados de Jucimara.
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