Farc e governo colombiano iniciam novo ciclo de negociação em Cuba
O governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) retomaram nesta quinta-feira em Havana seus diálogos de paz, que chegam ao 15º ciclo ainda centrados no tema da participação política e com “modestos” avanços, informou a guerrilha. A nova rodada foi iniciada com a discreta chegada dos negociadores do governo de Juan […]
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O governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) retomaram nesta quinta-feira em Havana seus diálogos de paz, que chegam ao 15º ciclo ainda centrados no tema da participação política e com “modestos” avanços, informou a guerrilha.
A nova rodada foi iniciada com a discreta chegada dos negociadores do governo de Juan Manuel Santos ao Palácio de Convenções de Havana, sede da mesa de diálogo, enquanto os delegados das Farc apresentaram seu primeiro relatório sobre o estado das conversas.
O documento, anunciado na última semana pelo máximo chefe da guerrilha, Rodrigo Londoño Echeverri, também conhecido como “Timochenko”, traz a perspectiva das Farc sobre os diálogos e repassa vários assuntos abordados na mesa, embora não apresente revelações substanciais sobre as negociações iniciadas em novembro de 2012.
“Depois de 14 ciclos de intercâmbios, as Farc-EP puseram sobre a mesa cerca de 200 propostas mínimas para resolver os problemas rurais e os de participação política e cidadã, embora tenha chegado pouco mais da quarta parte de acordos parciais (…) Os alcances são modestos”, indicou o relatório lido pelo número dois das Farc, “Ivan Márquez”.
Em primeiro lugar, o texto se refere aos acordos parciais obtidos em torno da questão agrária, ponto inicial da agenda estipulada para os diálogos, que, segundo a guerrilha, têm cláusulas de discrição pública sobre suas discussões, mas não sobre o convido.
Entre outros temas, o relatório também expõe novamente a postura do grupo insurgente sobre assuntos polêmicos do processo, como o marco legal para a paz, as vítimas do conflito e os mecanismos para referendar os acordos que serão alcançados.
Deste modo, as Farc voltaram a rejeitar a “unilateralidade” do Marco Jurídico para a Paz aprovado em junho pelo Congresso colombiano e, inclusive, a proposta de referendo realizada por Santos para que a população se pronuncie sobre os acordos.
Em relação às vítimas, que corresponde diretamente ao Marco Jurídico e ainda está pendente de discussões na mesa, as Farc insistiram na criação de uma comissão da “verdade histórica”, que o ressarcimento inclua a obrigação para as partes do “perdão coletivo” e, uma vez alcançada a paz, um pacto chamado de “nunca mais”.
Neste sentido, os guerrilheiros manifestaram seu convite “ao país inteiro a um dia de reflexão e contrição, no qual todos os responsáveis pelo conflito social armado façam presença em massa em todos os cantos da pátria”.
Além do curso atual das conversas, centradas há mais de três meses na participação política – o segundo tema da agenda -, a guerrilha esclareceu que a causa das “demoras” foi a variação da ordem de discussão para analisar outros assuntos “de interesse nacional”.
“Não são responsabilidade das Farc e em tal sentido não podem ser tomadas como fator para nos enfurecer e preocupar com uma rapidez que não faltou”, sustentaram os guerrilheiros.
O 15º ciclo dos diálogos aberto nesta quinta-feira tem precisamente o desafio de conseguir avanços na já iniciada construção de acordos sobre participação política, mas também enfrenta as novas polêmicas que marcaram o recesso dos últimos dias.
Por exemplo, houve confronto por declarações ligadas à confidencialidade do processo de paz e às condições das Farc para deixar em liberdade o ex-militar americano Kevin Scott, que segue sequestrado desde o mês de junho.
Outro acontecimento que repercutirá na mesa nos próximos dias foi o Fórum sobre a Solução ao Problema das Drogas Ilícitas, organizado pela ONU e pela Universidade Nacional da Colômbia, que enviará suas propostas aos negociadores em Havana.
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