Engenheiro da Siemens revela detalhes de cartel em obras do Metrô

O engenheiro eletricista da Siemens Peter Andreas Gölitz revelou à Polícia Federal detalhes do cartel envolvendo multinacionais que se aliaram para conseguir contratos junto à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e ao Metrô paulista nas gestões tucanas de Mário Covas e Geraldo Alckmin (1999/2004). Funcionário da Siemens desde 1987, Gölitz confessou ter conhecimento …

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O engenheiro eletricista da Siemens Peter Andreas Gölitz revelou à Polícia Federal detalhes do cartel envolvendo multinacionais que se aliaram para conseguir contratos junto à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e ao Metrô paulista nas gestões tucanas de Mário Covas e Geraldo Alckmin (1999/2004). Funcionário da Siemens desde 1987, Gölitz confessou ter conhecimento e participação “na devida proporção e nos limites de suas funções e responsabilidades, de condutas anticompetitivas, em alguns projetos de licitação de metrôs e trens”.

O engenheiro descreveu ajustes prévios e como executivos das multinacionais combinavam as condições dos projetos da Linha 5-Lilás do Metrô, além das manutenções dos trens da CPTM série 3000 e o projeto de modernização da CPTM. Sobre a participação de dirigentes do setor de transportes , ele disse que não tinha conhecimento da participação de nenhum agente público no esquema.

Sobre o projeto da fase 1 da Linha 5 do Metrô, ele declarou que “recebia instruções de Jan-Malte Orthmann (outro leniente da Siemens) sobre com quais pessoas deveria falar nas outras empresas para alinhar a oferta global do consórcio, para trocar informações técnicas e sobre equipamentos, visando, especialmente à harmonização de interfaces entre os sistemas”.

Segundo o engenheiro, as empresas Alstom, Daimlerchrysler, Siemens e Caf “participaram em consórcio para evitar a competitividade na licitação, formando o Consórcio Sistrem”. Outro consórcio competiu, dele fazendo parte a Mitsui e a T’Trans. “A Alstom era encarregada da integração do consórcio, coordenando administrativa e tecnicamente os assuntos”, ressalta Gölitz. “Coube à Alstom encaminhar os aditivos ao cliente.”

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