Custo da cesta básica aumenta na Capital, mas continua entre as mais baratas

O custo da cesta básica em Campo Grande foi de R$ 263,03 em janeiro de 2013, aumento de 8,27% na comparação com dezembro de 2012, de acordo com pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Apesar do incremento, este é o segundo mês consecutivo que a cidade está entre as capitais maisbaratas. Ao todo, 18 são pesquisadas.

A alta nos preços de oito dos 13 itens que compõem a cesta explica o aumento de 8,27% no custo da cesta básica. A batata (44,44%) foi o produto que registrou a maior variação, seguida pelo tomate (24,07%), o feijão (7,32%), a carne (5,30%), o açúcar (4,49%), a farinha de trigo (4,44%), a banana (2,86) e o pão (2,65%).

A batata, produto que registrou a maior elevação de preço em Campo Grande, apresentou a segunda maior variação entre as 10 capitais que pesquisam o valor do tubérculo. Esta alta deve-se à baixa produtividade provocada pelo excesso de chuvas no período de desenvolvimento e colheita nas lavouras dos mercados produtores.

A mesma situação explica a persistente alta nos preços do tomate, cuja demanda permaneceu elevada em janeiro, e do feijão.

A elevação no preço do açúcar pode ser justificada pelo fato de Mato Grosso do Sul ter recentemente se tornado o primeiro produtor no país a mecanizar 94% de toda a colheita de cana-de-açúcar, de acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia (Biosul), Roberto Hollanda, além da preferência de orientar a produção para fabricação e composição de combustíveis.

Os preços da farinha de trigo e do pão francês aumentaram em janeiro devido à restrição da oferta do insumo no mercado interno e externo.

Ainda que a situação de excesso de oferta permaneça em boa parte dos estados produtores de banana, em Campo Grande, o produto registrou aumento de preços no primeiro mês de 2013. Segundo dados do CEASA local, neste período, registrou-se um aumento do preço da banana em Santa Catarina, principal fornecedor da fruta para a cidade.

A cesta básica, seguindo definições do Decreto-Lei nº 399, de 30 de abril de 1938, é composta por 13 produtos: carne bovina (6,6 kg), leite (7,5 litros), feijão (4,5 kg), arroz (3 kg), farinha de trigo (1,5 kg), batata (6 kg), tomate (9 kg), pão francês (6 kg), café em pó (600 g), banana nanica (7,5 dúzias), açúcar (3 kg), óleo de soja (900 ml) e manteiga (750 g).

Poder de compra Segundo a pesquisa, a variação no custo da cesta básica em Campo Grande foi absorvida pelo aumento do poder de compra do trabalhador que recebe um salário mínimo, reajustado de R$ 622,00 para R$ 678,00, o que representou R$ 56,00 mensais a mais a partir de janeiro.

O trabalhador campo-grandense que ganha um salário mínimo comprometeu 42,17% do rendimento líquido, equivalente a R$ 623,76. Em dezembro o comprometimento foi de 42,45% do rendimento líquido.

Salário mínimo necessário é R$ 2.674,88 Para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, mensalmente, o Dieese estimou que o salário mínimo necessário deveria corresponder a R$ 2.674,88, valor equivalente a 3,94 vezes o piso nacional estabelecido para janeiro.

(Matéria escrita com informações da assessoria de imprensa do Dieese)