Cliente único: dono da Salute admite à Comissão Processante que só tem contrato com a Prefeitura

A empresa que atua como atravessadora na compra de merenda escolar em Campo Grande mantém os lucros vendendo apenas para a Prefeitura. O fato aumenta suspeita de que tenha sido criada apenas para ganhar a licitação.

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A empresa que atua como atravessadora na compra de merenda escolar em Campo Grande mantém os lucros vendendo apenas para a Prefeitura. O fato aumenta suspeita de que tenha sido criada apenas para ganhar a licitação.

O dono da Salute Distribuidora de Alimentos LTDA, Érico Barreto, admitiu em depoimento na primeira oitiva da Comissão Processante que pode cassar Bernal, que o único contrato que a distribuidora tem é com a Prefeitura de Campo Grande, aumentando as suspeitas de que a Salute teria sido criada apenas para atender à Prefeitura.

Barreto foi testemunha de defesa e acusação ao mesmo tempo, escolhido pelo prefeito Alcides Bernal (PP) e pelos membros da Comissão. O depoente respondeu às perguntas de forma objetiva, com frases curtas e evitando opinar.

Sobre a denúncia de carne estragada para os Ceinfs, Barreto afirmou desconhecer o caso e disse que todas as entregas são feitas por empresa terceirizada, que usa caminhões refrigerados. O relator da Comissão, vereador Flávio César (PT do B), declarou estranhar lapso temporal.

“Ou as crianças ficaram sem alimento, ou a Prefeitura mentiu, ou os alimentos foram fornecidos antes de a Salute receber”, disse, uma vez que a Prefeitura havia declarado que os estoques de alimento durariam até 28 de junho e por isso foi feito contrato emergencial. Entretanto, só sete dias depois, dia 5 de julho, a Salute recebeu o primeiro empenho.

Barreto ressaltou que em nenhum momento as crianças dos Ceinfs ficaram sem receber o fornecimento dos alimentos. O depoente também declarou que os produtos tiveram preço maior no contrato emergencial por não haver leilão entre os concorrentes no pregão de preço.

A fase de instrução, com testemunhas de acusação e defesa, começou hoje (13), com o início da oitiva. Será ouvido agora, Elton Luiz Crestani, dono da Jagás. Pela tarde, será a vez de Milton Felice, da Megaserv, e Mamed Dib, da MDR Distribuidora de Alimentos.

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