Assetur e prefeitura têm dados diferentes sobre as condição dos pontos de ônibus da Capital

Os números do Consórcio Guaicurus e os da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) quanto à humanização do Transporte Público são bem diferentes. Em 2012, o grupo encomendou pesquisa sobre a qualidade em todas as paradas de Campo Grande e o mapeamento comprova que em 90% dos pontos de embarque fora da região central […]

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Os números do Consórcio Guaicurus e os da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) quanto à humanização do Transporte Público são bem diferentes. Em 2012, o grupo encomendou pesquisa sobre a qualidade em todas as paradas de Campo Grande e o mapeamento comprova que em 90% dos pontos de embarque fora da região central da cidade não há um abrigo de sol e chuva. Segundo a prefeitura, a realidade é outra, com mais da metade dos pontos cobertos.

“Desconheço esses números divulgados pela Assetur dessa pesquisa. Tenho números de 2012 também, que mostram 3.490 paradas, sendo 1.850 com abrigo e 1.640 sinalizadas apenas pelo poste. O consórcio presta o serviço e a Agetran fiscaliza e monitora o atendimento da população. Estamos trabalhando para que os itinerários tenham mais agilidade e com o investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) poderemos ampliar a qualidade nos pontos de embarque assim como organizar corredores exclusivos para o Transporte Público”, diz o diretor de Transportes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) Lúcio Maciel.

Em maio de 2012, a Assetur, na época responsável pelo Transporte Coletivo da Capital, encomendou de uma empresa de tecnologia sediada no prédio de negócios Empire Center que desenvolvesse um aplicativo móvel para orientação de deficientes visuais nos ônibus. A solução, ainda não utilizada, poderia ser estendida a todos os usuários que poderiam consultar sobre as linhas, além do tempo esperado para embarque.

O proprietário da G2i-Gestão Inteligente da Informação juntamente com o serviço fez mapeamento dos pontos de ônibus em Campo Grande. No estudo feito com check-in das paradas, a empresa constatou que na região central da cidade 60% do locais de embarque têm cobertura, 35% são identificados por um mastro e outros 5% nem sinalização têm. Na periferia o número de pontos de ônibus sem cobertura chegaria a 80%.

“No levantamento de dados pesquisamos todas as linhas de ônibus e fomos de ponto em ponto para fazer  mapeamento desses lugares. No começo do projeto detectamos que essa informação era crucial para o desenvolvimento do aplicativo e não haviam esses dados”, relata o proprietário da G2i-Gestão Inteligente da Informação, Rodrigo Silveira Dutra.

Consórcio

Para o presidente do Consórcio Guaicurus, a qualidade dos pontos de parada do Transporte Coletivo não pode ser vista apenas pelo problema da cobertura. João Resende adverte que a transformação dos locais em estações pré-pago de embarque é o caminho ideal, pois também garante agilidade para o sistema.

“A instalação da estação de embarque pré-papo ajuda muito na rapidez do embarque e desembarque, o que colabora muito para a agilidade do itinerário. É uma medida que não exige investimento alto e pode ser aplicada em pontos estratégicos. Se a prefeitura fizer a obra física das dependências nós garantimos a estrutura da operação com os funcionários e os equipamentos”, lembra Resende.

Segundo o presidente do consócio, o investimento em novos pontos, como o da Avenida Afonso Pena na frente da Praça Ary Coelho, resolvem a humanização do usuário na espera do embarque, e aliados a outras soluções mudariam completamente o sistema. João Resende lembra também que os corredores exclusivos poderiam ser implantados experimentalmente em alguns locais, apenas com a sinalização nas ruas.

“Não é só isolar o espaço na via, pois precisa conscientização no trânsito para que haja essa priorização do Transporte Coletivo. Pra separar o espaço do ônibus basta uma lata de tinta. Há outras medidas inteligentes e baratas como, por exemplo, a mudança dos horários das escolas particulares, estaduais e municipais. Não é a quantidade de ônibus que determina a qualidade do Transporte Público pois existe uma série de detalhes” , reforça o presidente do consórcio.

Locais onde o Consórcio Guaicurus indica a instalação de estações de embarque pré-pago:

Na Rua 13 de Maio, entre a Rua Cândido Mariano e a Rua Maracaju

Na Avenida Calógeras entre a Avenida Afonso Pena e a Rua 15 de Novembro

Na Rua Rui Barbosa entre a Avenida Afonso Pena e a Rua 15 de Novembro

Na Avenida Ceará, próximo da  Rua Amazonas

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