Viaduto atingido por incêndio em favela de SP continua interditado
O viaduto Orlando Murgel, atingido pelo incêndio na favela do Moinho na manhã de segunda-feira (17), continua interditado para o tráfego de automóveis. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), além do viaduto, continuam interditadas as avenidas Rudge, no sentido centro, junto à rua Sérgio Tomás, e Rio Branco, sentido bairro, junto à alameda […]
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O viaduto Orlando Murgel, atingido pelo incêndio na favela do Moinho na manhã de segunda-feira (17), continua interditado para o tráfego de automóveis. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), além do viaduto, continuam interditadas as avenidas Rudge, no sentido centro, junto à rua Sérgio Tomás, e Rio Branco, sentido bairro, junto à alameda Eduardo Prado.
O trecho fica na região de Campos Elísios, no centro de São Paulo. Na manhã de ontem, o major do Corpo de Bombeiros Marcelo Cesar Carnevale informou que foi constatado um colapso estrutural no Orlando Murgel.
“O viaduto sofreu um colapso estrutural. Eu vi ferros aparentes e alguns escombros. Agora, os engenheiros da prefeitura vão analisar o que será feito”, disse. Técnicos da prefeitura vistoriaram a estrutura e devem divulgar um laudo nos próximos dias. Não há previsão para a liberação da via.
No momento do incêndio, a SPTrans informou que a interdição do viaduto afetou a circulação de 17 linhas que utilizam o trecho e, de acordo com a empresa, os coletivos passaram a usar desvios para poder atender aos passageiros.
No sentido centro, os ônibus seguiam o trajeto normal até a ponte da Casa Verde, onde desviavam pela Marginal Tietê, seguindo pelas ruas Anhaia, Silva Pinto e Alameda Nothmann, até retornarem para avenida Rio Branco. No sentido bairro, de acordo com a SPTrans, os veículos seguiam pela avenida Duque de Caxias, rua Mauá, viaduto General Couto de Magalhães, rua José Paulino, rua Silva Pinto, rua dos Italianos, rua Sérgio Tomás, até retornarem para a avenida Rudge.
Incêndio criminoso
Policiais do 77º DP, de Santa Cecília, prenderam nesta segunda-feira o suspeito de ter incendiado a favela do Moinho. Segundo a polícia, o travesti Fidelis Melo de Jesus, 37 anos, conhecido como Eliete, teve um desentendimento com seu namorado, Damião de Melo, 38 anos, no início da manhã.
Segundo a delegada Aline Martins Gonçalves, responsável pelo caso, os dois homens brigavam por problemas com drogas quando Eliete teria ateado fogo em uma camiseta com um isqueiro. “Ele (Eliete) negou a principio que tenha colocado fogo no barraco, mas quando indaguei por que não tinha lesão nenhuma, ele não soube explicar”.
Com a ajuda de um botijão de gás, Eliete conseguiu fazer com que o fogo atingisse seu companheiro, que morreu carbonizado. “Na hora que derrubou o barraco as chamas se alastraram, até porque existe muita fiação precária naquele local”, afirmou Aline. A vítima não conseguiu sair do barraco. Após ser reconhecido, Eliete foi preso em flagrante pela polícia no próprio PS.
De acordo com a delegada, ele vai responder por homicídio qualificado e incêndio doloso, quando se tem intenção. Foram enviadas 18 viaturas para combater as chamas e, após o controle dos focos de incêndio, foi iniciado o trabalho de rescaldo.
A comunidade fica em um local de difícil acesso, entre as linhas usadas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). As chamas destruíram 80 moradias e deixaram 300 pessoas desabrigadas em uma área de 2 mil m², segundo a Defesa Civil da cidade.
Em dezembro de 2011, a mesma favela foi atingida por um incêndio de grandes proporções, que deixou uma pessoa morta. Este é o 34º incêndio de grandes proporções registrado em favelas da capital paulista desde janeiro deste ano, o 68º contabilizado pelos bombeiros. Em 2008, o Corpo de Bombeiros registrou 130 ocorrências e, em 2009, 122. Já no ano de 2010, 91 incêndios foram combatidos, enquanto, em 2011, houve 79 casos registrados.
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