Sociedade civil tentará incluir no texto temas que considera prioritários
Sob impacto do rascunho do documento da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), representantes da sociedade civil intensificaram hoje (17) os debates, na tentativa de incluir temas considerados prioritários no texto final. Os participantes dos debates paralelos se concentram nos esforços para que suas recomendações cheguem às mãos dos 115 chefes…
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Sob impacto do rascunho do documento da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), representantes da sociedade civil intensificaram hoje (17) os debates, na tentativa de incluir temas considerados prioritários no texto final. Os participantes dos debates paralelos se concentram nos esforços para que suas recomendações cheguem às mãos dos 115 chefes de Estado e de Governo, nos próximos dias 20 a 22.
Para a sociedade civil, é preciso redefinir os caminhos trilhados pelos governos para garantir que o desenvolvimento sustentável seja um instrumento de combate à pobreza. Nas sugestões, os grupos da sociedade civil querem estabelecer propostas para os novos padrões de consumo e produção nos vários países e medidas que assegurem a preservação das florestas.
Esses são alguns dos temas, apontados como prioritários, da agenda internacional de sustentabilidade da Rio+20, que integram os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. Os debates estão divididos em dez painéis, que tratam de dez diferentes assuntos, e vão até terça-feira (19).
As discussões são conduzidas por representantes de vários países, que falam em nome de universidades, comunidades científicas e movimentos sociais. Os grupos definem três propostas para cada tema, e essas recomendações serão apresentadas aos chefes de Estado e de Governo.
A porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), na Rio+20, Pragati Pascale, considerou inovador esse modelo de debate que estimula a mobilização da sociedade civil. “É fundamental que exista participação, e é um traço importante da conferência”, disse ela. Apesar de exaltar a iniciativa, Pascale alertou que “provavelmente será tarde demais para que as recomendações feitas pelos grupos produzam alguma alteração no documento final da conferência”.
As recomendações da sociedade civil deverão ser agregadas ao documento, que está sendo finalizado pelos negociadores em reuniões, e que deve ser concluído até amanhã (18). O texto preliminar já aponta alguns pontos de convergência, mas os principais debates ainda dependem de negociações para superar divergências principalmente entre os países mais ricos e as nações mais pobres.
Os diálogos ocorrem paralelamente às negociações das delegações. Em cada grupo, os participantes têm a tarefa de transformar em três as dez propostas que foram sugeridas e votadas, para cada tema, em uma plataforma na internet que funcionou até poucos dias antes da conferência. Mais de 60 mil pessoas, de 193 países, participaram do processo de consulta digital.
No caso do debate sobre florestas, por exemplo, o tópico que recebeu maior adesão dos participantes foi o que recomenda a restauração, até 2020, de150 milhões de hectares de terras desmatadas ou degradadas.
Em relação ao um novo padrão de consumo e produção, a expectativa é pela criação de mecanismos fiscais verdes, que estimulem essas práticas. A educação em nível global foi o que os participantes elegeram como principal ferramenta para erradicar a pobreza e atingir o desenvolvimento sustentável.
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