Sargento da Marinha manteve corpo de Greice em casa por dois dias
O terceiro sargento da Marinha, fuzileiro naval-músico Willian Afonso dos Santos, 29, lotado no 6º Distrito Naval de Ladário, confessou ser autor da morte de Greice Soares Roque, 26. Ela foi estrangulada e teve o corpo escondido dentro de uma mala. O crime só foi descoberto porque o acusado tentou se livrar do corpo nas […]
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O terceiro sargento da Marinha, fuzileiro naval-músico Willian Afonso dos Santos, 29, lotado no 6º Distrito Naval de Ladário, confessou ser autor da morte de Greice Soares Roque, 26. Ela foi estrangulada e teve o corpo escondido dentro de uma mala. O crime só foi descoberto porque o acusado tentou se livrar do corpo nas proximidades do lixão – em companhia de outros dois militares – e foi denunciado por moradores da região que estranharam a movimentação e acionaram a PM pelo telefone 190.
A confissão ocorreu durante interrogatório policial ocorrido após ter sido preso em flagrante na tarde da sexta-feira, 16 de novembro. “Ele foi interrogado, confessou a prática do crime. Fizemos perícia no local onde o crime aconteceu, na casa dele. Ele mostrou passo a passo o que aconteceu até a hora em que a matou”, informou a delegada de Polícia Civil, Priscila Anuda Quarti Vieira.
Responsável pela investigação, a delegada disse a este Diário que o militar foi indiciado por homicídio doloso combinado por ocultação de cadáver. As penas combinadas podem passar dos 20 anos de prisão. Ainda pode haver qualificadoras para o crime – como motivo fútil, por exemplo -, o que elevaria ainda mais a pena de reclusão.
As investigações mostraram que a morte ocorreu entre a noite de quarta e a madrugada de quinta-feira, dias 14 e 15 de novembro. O corpo de Greice permaneceu na casa do fuzileiro naval até a sexta-feira, dia 16. “Ele deixou o corpo em casa, foi trabalhar, voltou, limpou a casa inteira. Pediu a mala emprestada, onde colocou o corpo na sexta-feira por volta do meio-dia. O corpo permaneceu na cozinha”, disse Priscila Vieira ao relatar o que o terceiro sargento contou para Polícia Civil em interrogatório.
De acordo com as informações passadas pela delegada, com base no interrogatório, apenas o pescoço de Greice foi quebrado – após ter sido morta – para que coubesse na mala. “Ela era muito pequena e a mala era bem grande e funda, somente o pescoço foi quebrado, depois de tê-la matado por asfixia por ação mecânica. Ele a esganou”, contou a responsável pelas investigações. Na mala o corpo da mulher estava em posição fetal.
O militar disse que houve consumo de drogas por eles e que o homicídio aconteceu fruto de uma discussão e também porque teria sido ameaçado pela mulher. “Na verdade houve muito uso de drogas, mas a droga não o deixou fora de si. Ele mesmo disse que a quantidade não era suficiente. Ele estava consciente do que fazia”, destacou a delegada Priscila. “Ele diz que a moça perguntou quanto pagaria para ela passar a noite toda com ele. Ela não teria achado suficiente [a quantia] e ficou falando que na casa teria coisas de valores, o teria ameaçado com uma faca e para se defender ele fez isso”, contou a delegada. Argumentação, que as investigações mostraram não se sustentar. “Não achamos essa faca, ele disse que jogou fora”, afirmou a chefe das investigações.
Priscila Vieira disse que os dois colegas do fuzileiro-músico, classificados apenas na condição de testemunhas, foram fundamentais para a solução do crime e prisão do acusado. “Eles foram responsáveis pela captura”, destacou. “Os dois foram solicitados para levar uma mala para a rodoviária. Foram prestar auxílio, eram colegas de trabalho. No caminho, o investigado foi mudando a versão e disse que tinha peixes na mala e que precisava jogá-la fora. Chegando ao local, perto do lixão, disseram que só deixariam jogar fora se dissesse o que tinha dentro. No que um dos colegas foi abrir a mala, ele disse que havia um corpo dentro. Eles [os colegas] imobilizaram o acusado, amarraram pés e mãos e o colocaram na mala do carro. A PM foi acionada por um morador que viu toda a movimentação dos três e quando a guarnição chegou. Eles pararam o carro, saíram, se identificaram e falaram o que havia acontecido”, informou a delegada.
Willian Afonso dos Santos está preso “em regime fechado” na sede do 6º Distrito Naval de Ladário. Ele vai responder na Justiça Comum pelo crime de homicídio doloso combinado por ocultação de cadáver.
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