Parlamentares reclamam das condições de acesso a dados da CPMI do Cachoeira

No primeiro dia de funcionamento da sala de segurança, no Senado, para acesso a documentos de operações da Polícia Federal, integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira reclamaram das condições de pesquisa aos dados do inquérito que investiga a atuação do empresário de jogos ilícitos Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos […]

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No primeiro dia de funcionamento da sala de segurança, no Senado, para acesso a documentos de operações da Polícia Federal, integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira reclamaram das condições de pesquisa aos dados do inquérito que investiga a atuação do empresário de jogos ilícitos Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira .

Na quinta-feira (3), o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), mandou adaptar uma sala de 15 metros quadrados, com três computadores e câmeras de segurança para tentar impedir o vazamento de dados.

“Em nome do sigilo, estamos criando um ambiente de constrangimento ao parlamentar. Imagine se todo funcionário do Poder Público tivesse que passar por essa situação para trabalhar”, disse o deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), o terceiro a chegar à sala, a qual classificou de “sala da verdade”.

Antes de entrar, os deputados e senadores precisam depositar em uma mesa os seus celulares e assinar um termo de compromisso sobre a confidencialidade das informações.

Pitiman reclamou que a maior dificuldade é não poder levar um técnico para ajudá-lo a interpretar as informações. “Não dá para trazer qualquer tipo de assessoramento técnico e isso torna o trabalho menos eficiente”, destacou.

A primeira a chegar à sala da consulta foi a deputada Íris Resende de Araújo (PMDB-GO), que iniciou sua segunda-feira de aniversário, às 7h45, usando um dos terminais com as informações da Operação Vegas. Segundo ela, a sala é pequena. “Apesar de ser meu aniversário, faço questão de chegar cedo para estudar os inquéritos.”

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que, ao analisar rapidamente os arquivos que estão nos computadores, não viu nada que já não estivesse publicado na imprensa. “Fiz uma leitura rápida. Tudo que vi já foi divulgado”, disse a senadora. O que acho é que este processo de consulta vai dar confusão”, completou.

Nos computadores da CPMI, estão apenas a informações referentes ao inquérito da Operação Vegas, fornecidos na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal. A CPMI ainda aguarda o inquérito da Operação Monte Carlo. Na semana passada, o relator do processo no Supremo, ministro Ricardo Lewandowski informou que os arquivos da Monte Carlo ainda não chegaram ao Tribunal e que ainda estão em poder da 11ª Vara Federal em Goiânia.

A CPMI investiga as ligações de Cachoeira com agentes públicos e privados. Ele está preso sob suspeita de envolvimento em jogos ilegais e de comandar uma rede de influência envolvendo políticos e administradores públicos.

Após ter aprovado a quebra de sigilos bancário, telefônico e fiscal de Cachoeira, a comissão pediu na semana passada ao Banco Central as informações bancárias dele. Esses dados ainda não chegaram aos computadores da CPMI. O pedido de quebra de sigilo abrange as movimentações bancárias de Cachoeira desde 2002.

Além do pedido de quebra de sigilo, a comissão marcou o depoimento de Carlinhos Cachoeira para o próximo dia 15. Também foi aprovada a convocação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), suspeito de ligações estreitas com o esquema liderado por Cachoeira. O depoimento de Demóstenes foi agendado para o dia 31.

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