Mandetta pede cautela nas retaliações econômicas contra o Paraguai

O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (Democratas-MS) tem posição contrária a qualquer tipo de retaliação de ordem econômica que afete a população paraguaia e, consequentemente, a colônia paraguaia que está em Mato Grosso do Sul, em face da crise institucional no vizinho país. Durante reunião da representação brasileira no Parlasul, o deputado campo-grandense manifestou-se c…

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O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (Democratas-MS) tem posição contrária a qualquer tipo de retaliação de ordem econômica que afete a população paraguaia e, consequentemente, a colônia paraguaia que está em Mato Grosso do Sul, em face da crise institucional no vizinho país. Durante reunião da representação brasileira no Parlasul, o deputado campo-grandense manifestou-se contrário à tentativa de impedir a participação de parlamentares paraguaios na próxima reunião do Parlasul, na segunda feira (02) em Montevidéu.
 
“O Paraguai é muito maior e, daqui a oito, nove meses, com as eleições gerais, esse episódio vai ficar igual aquele de Honduras onde o presidente Zelaya buscou refúgio na embaixada brasileira”, disse o parlamentar. Ele chamou atenção para a situação dos brasiguaios, “cidadãos que são submetidos às leis no Paraguai e foram os mais abandonados por esse governo federal”. Mandetta não quis comentar o mérito das acusações contra Fernando Lugo, e identificou uma sucessão de motivos que levaram até mesmo o Vaticano a ser o primeiro estado a reconhecer o novo governo do presidente Federico Franco.
 
Mandetta defendeu cautela em tomar atitudes que não sejam simplesmente jogar para a plateia. “É um episódio lamentável para a democracia, mas se formos analisar impecheaments ocorridos, até mesmo os mais recentes, alguns passaram por todo o rito democrático e, mesmo assim, depois de passados os anos, as pessoas pensam: mas será que havia realmente motivo político?”, indaga.
 
O deputado democrata assinalou que o Congresso brasileiro não tem autonomia para criticar a Constituição do Paraguai. “Eles tem soberania, está prevista na Constituição deles”, reforçou Mandetta, ao remeter para a História a revelação dos verdadeiros motivos – e talvez aí se justifique ou não – mais um lamentável golpe na curta carreira democrática da América do Sul. Após mais de uma hora de discussão, que demonstrou a divisão dos deputados e senadores, a Representação Brasileira no Parlamento do MERCOSUL (Parlasul) cancelou, por falta do quórum necessário, a votação de nota de condenação à deposição do presidente Fernando Lugo pelo Congresso Nacional do Paraguai.
 
No início da reunião, presidida pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), o deputado José Stédile (PSB-RS) apresentou o texto de uma declaração a ser aprovada pela Representação Brasileira. Segundo o texto, a representação manifestaria a “sua firme condenação à ruptura da ordem democrática ocorrida na República do Paraguai por ocasião da sumária destituição do governo democraticamente eleito do presidente Fernando Lugo”. O texto sugerido por Stédile prosseguia ainda estipulando que, se o Paraguai já estava suspenso do MERCOSUL, por analogia também estaria afastado do Parlasul. E que, por isso, a representação paraguaia não poderia participar da próxima sessão do parlamento regional, no dia 2 de julho.

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