Indústria do fumo diz que fim dos cigarros com sabor vai aumentar contrabando do produto
A Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo) divulgou hoje (16) nota contra a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir a fabricação e venda de cigarros com sabor artificial no país, como mentolados e de cravo. Para a associação, a decisão da agência reguladora foi “equivocada e excessiva” e contribui para […]
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A Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo) divulgou hoje (16) nota contra a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir a fabricação e venda de cigarros com sabor artificial no país, como mentolados e de cravo. Para a associação, a decisão da agência reguladora foi “equivocada e excessiva” e contribui para aumentar o contrabando desses produtos.
“A Abifumo reitera sua posição contrária à proibição de substâncias que não aumentem os riscos associados aos cigarros e manifesta a sua preocupação de que essa medida afetará toda a cadeia produtiva do tabaco e deixará espaço para o crescimento do mercado ilegal de cigarros no Brasil, com todos os malefícios e prejuízos trazidos por ele”.
No último dia 13, a Anvisa proibiu a adição de substâncias que dão sabor e aroma aos cigarros e a outros produtos derivados do tabaco. Os cigarros com sabor devem ser retirados do mercado dentro de dois anos. A decisão foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.
“É importante destacar que a proibição por ela [Anvisa] estabelecida vai além dos chamados cigarros com sabor, pois também proibiu o uso de ingredientes fundamentais para a fabricação de praticamente todos os produtos hoje existentes no mercado brasileiro, no qual predominam os cigarros do tipo american blend. Na prática, a nova regulamentação banirá, em 18 meses, 99% dos cigarros comercializados atualmente”, diz ainda a nota da Abifumo.
A associação informou que avalia a adoção de “medidas cabíveis para proteger os direitos de suas associadas e de todos os demais segmentos da cadeia produtiva do tabaco”.
Ao proibir os cigarros com sabor, a Anvisa alega que eles servem como atrativo para jovens e adolescentes iniciarem o hábito de fumar, pois os aditivos mascaram o gosto amargo do tabaco e reduzem a irritação da fumaça.
Divulgada esta semana, pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), constatou que mais de 30% dos jovens de 13 a 15 anos de idade experimentaram cigarros com sabor, sendo a maioria meninas. Grande parte dos entrevistados disse que usou o produto por causa do gosto. A pesquisa ouviu estudantes em 13 capitais, entre 2005 e 2009.
A mesma pesquisa constatou que o comércio ilegal de cigarros representa 30% do consumo total no país, com uma média de 310 cigarros anuais por adulto. O consumo legal é aproximadamente 850 cigarros por adulto a cada ano.
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