Famílias de vítimas da violência em Campo Grande se unem em protesto pela paz
Parentes e amigos de jovens assassinados nos últimos meses na capital de Mato Grosso do Sul querem mais segurança e punição para assassinos.
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Parentes e amigos de jovens assassinados nos últimos meses na capital de Mato Grosso do Sul querem mais segurança e punição para assassinos.
Quase uma centena de veículos chamou a atenção no centro de Campo Grande, neste sábado (15), para a tristeza de famílias que perderam pessoas queridas nos últimos meses, como vítimas da violência na capital de Mato Grosso do Sul. A carretada começou na Cidade do Natal, nos altos da avenida Afonso Pena, e seguiu até a Praça do Rádio Clube, onde acontece uma manifestação pela paz e justiça.
Além dos pais dos jovens Breno e Leonardo, que organizaram o evento, participam parentes e amigos de Ike César, que foi assassinado com um tiro na cabeça disparado por um policial militar em frente a uma casa de shows, de ‘Brunão’, morto em uma briga com seguranças de uma boate, e do estudante Lawrence Biancão, que foi estrangulado por adolescentes após um encontro marcado na região da Orla Morena.
A carreata “Primeiro Natal sem Breno e Leonardo: Campo Grande clama por Justiça”, segundo os familiares dos dois jovens, é uma forma de mostrar que a mobilização contra a violência e pela punição dos criminosos não vai parar. Breno e Leonardo foram mortos com tiros na cabeça durante o roubo do automóvel no qual os dois estavam.
Eles foram abordados pelos bandidos na frente de um bar frequentado por jovens e o crime chocou a classe média campo-grandense. A indignação com a violência tomou as redes sociais e desde então vários protestos já foram realizados.
Os pais de Breno e Leonardo lutam agora por mudanças na legislação penal para tornar mais rígida a punição nos casos de homicídio.
Diversas entidades da sociedade civil organizada, como a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil) estão engajadas na campanha iniciada após a morte dos dois jovens. Segundo Lilian Silvestrini, mãe de Breno, as famílias decidiram não parar as manifestações para garantirem que as mortes dos filhos não tenham sido em vão.
“A dor é muito grande. Se não fizermos nada, vamos enlouquecer”, explicou.
Impunidade
Entre todas as famílias que enfrentam a perda de pessoas queridas em episódios violentos em Campo Grande, a impunidade é uma das maiores causas de sofrimento.
Jaci Vieira do Nascimento, mãe de Ike César, por exemplo, diz que a família do jovem, assassinado por um soldado da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul com um tiro na testa durante uma confusão em frente a um bar em plena madrugada, reclama que as informações sobre o assassino entristece os familiares.
O pai de Breno, Rubens Silvestrini, disse que a morte do filho junto com o colega marcou a luta contra violência em Campo Grande. Ele participou da carreata com um triciclo no qual havia andado pela última vez com o filho assassinado.
Somente agora o pai conta que conseguiu usar novamente o veículo. “A morte do meu filho e do amigo dele se tornou um marco. Nossa luta deve ser pela punição. Se comprovaram quem foram os autores da morte, devemos cobrar pena máxima”, resumiu.
Outro crime violento que chocou Campo Grande foi a morte do estudante de comunicação social Lawrence Biancão, encontrado estrangulado dentro do próprio carro às margens da Via Morena. Segundo o amigo dele, Mauricio da Rocha, que participou do protesto, o crime deve ser motivo de outro manifesto, previsto para o dia 20 de dezembro.
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