Fã de Rossi, brasileiro de 16 anos estreia na Moto2 e quebra recorde
Após quatro anos e sete meses sem um representante no Mundial de motovelocidade, o Brasil está de volta à competição com Eric Granado. Neste fim de semana, o paulistano estreia na Moto2 no Grande Prêmio da Inglaterra, em Silverstone. De cara, já quebrará um recorde: com 16 anos completos em 10 de junho, ele é […]
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Após quatro anos e sete meses sem um representante no Mundial de motovelocidade, o Brasil está de volta à competição com Eric Granado. Neste fim de semana, o paulistano estreia na Moto2 no Grande Prêmio da Inglaterra, em Silverstone. De cara, já quebrará um recorde: com 16 anos completos em 10 de junho, ele é o piloto mais jovem da história a participar de uma classe intermediária do Mundial.
Antes, a marca de precocidade pertencia ao galês Chaz Davies, atualmente na Superbike, que tinha 16 anos e 55 dias quando estreou nas 250 cc em 2003. A Moto2 é a série que dá acesso à MotoGP e que substituiu a 250 cc em 2010, passando a contar somente com motos de 600 cc equipadas com motores da Honda; a principal diferença entre as equipes, assim, fica no chassi.
O jejum do Brasil no Mundial durava desde a despedida do paulistano Alexandre Barros, que competiu pela última vez na MotoGP em Valência, em 4 de novembro de 2007. Grande referência brasileira da modalidade, o também paulistano, Barros, 41 anos, estreou na elite da Federação Internacional de Motociclismo (FIM) em 1990 e conquistou sete vitórias, tendo terminado cinco temporadas como o quarto melhor do planeta.
Em um esporte com pouca tradição no País, Granado já começa sua trajetória no Mundial pressionado, mas encara a situação com naturalidade e conta com auxílio do próprio Barros. “Quando eu o encontro fico 20 horas conversando direto com ele, gosto dele para caramba”, conta Granado, em entrevista ao Terra. “Ele me fala: ‘Eric, se dedica, você tem capacidade, se tiver foco consegue atingir o resultado que você quiser, só basta querer’”.
“Capacidade” Granado já mostrou a partir de 2003, quando foi campeão paulista em seu ano de estreia. Foi então que começou a surgir um currículo que ficou pequeno para o Brasil e teve sequência na Espanha, um dos grandes berços do motociclismo mundial. Sempre com motos 125 cc e em categorias principais, o brasileiro foi quarto colocado do Nacional em 2006, campeão valenciano em 2009 e 2010, e quinto colocado do Campeonato Espanhol em 2011.
“Resultado”, porém, Eric já admite que dificilmente conseguirá em curto prazo na Moto2. Em meio a rivais bem mais experientes, o novato pouco treinou com a máquina de 600 cc da Team Jir a qual vai utilizar – enquanto não podia disputar o Mundial, participou de três etapas neste ano do Espanhol da categoria para se acostumar ao equipamento, porém com pneus diferentes.
“Na Moto2 uso este ano para aprender, 2013 também e no outro tento algum resultado, né? Porque é muito competitiva, tem muitos pilotos com muita experiência, como o Elias. É muito forte”, afirma.
Além do espanhol Toni Elias, 29 anos, outros adversários com grande bagagem na categoria são o finlandês Mika Kallio, 29, e o san marinense Alex de Angelis, 28, todos com passagem pela MotoGP. O atual líder da competição é o suíço Thomas Luthi, 25, campeão das 125 cc em 2005.
Granado poderia completar toda a hierarquia da FIM e começar na Moto3, que substitui as 125 cc a partir de 2012, mas seu porte de 1,72 m e 64 kg já é considerado exagerado para pilotar uma moto desse campeonato (agora de 250 cc). Além disso, ele também teria que perder o início da temporada na série por não cumprir a idade mínima de 16 anos, assim como ocorreu na Moto2.
A ideia, portanto, é acumular experiência em uma categoria bem mais forte e, se fizer “um bom trabalho”, “marcar algum pontos em alguma corrida” deste ano, segundo suas palavras. A equipe do piloto, a italiana JiR, competiu na MotoGP entre 2005 e 2008, levando o italiano Andrea Dovizioso ao quinto lugar no Mundial de 2008. Afastada das pistas diante dos altos gastos da categoria, o time retornou na Moto2 em 2010 e desde então obteve duas vitórias, sempre com De Angelis.
Para este ano, a escuderia inicia um “novo desafio” com “nova geração de pilotos”, conforme descreve em seu site oficial. O parceiro de Granado é o francês Johann Zarco, 21 anos, atual vice-campeão da 125 cc. Sem a companhia do brasileiro, Zarco teve bons resultados nas cinco primeiras etapas desta temporada para um novato, sendo quarto colocado em Estoril. Ele ocupa a nona posição do campeonato.
O contrato com a JiR é válido por cinco anos (os dois últimos como opção), mas Granado solta um “não” quando questionado se projeta permanecer esse tempo todo na mesma categoria – já de de olho no salto à MotoGP.
“Entrar na MotoGP é muito difícil, mas dizer que o nível de lá está muito forte eu não acho. Tem quatro ou cinco pilotos correndo muito forte, mas sei lá”, diz ele. Um desses pilotos é o italiano Valentino Rossi, que embora viva uma fase de resultados modestos pela Ducati (é o sexto colocado do campeonato deste ano e foi o sétimo em 2011) segue sendo considerado pelo jovem como “o melhor”.
Por disputar até então somente campeonatos na Espanha, Granado não tem muito contato com o ídolo, 33 anos e heptacampeão da elite do motociclismo, porém tem autógrafo e foto com o italiano, cuja primeira corrida que viu in loco foi em 2004, no Rio de Janeiro. Na época, Barros se destacava, o Circuito de Jarapaguá ainda integrava o calendário e o Mundial não era algo tão distante dos brasileiros – algo que, quem sabe, o ainda garoto possa recuperar.
“Não tem (piloto), né? Sou o único. Não é fácil, né? Se fosse fácil teria um monte de brasileiro já”, diz Eric, que mostrou evolução nos testes da pré-temporada e se apega ao otimismo. “Se eu me der bem este ano e ano que vem se Deus quiser for campeão, ai vou para a MotoGP!” exclama, em um discurso bastante simplificado. “Mas é muito difícil falar agora, tenho poucos treinos. No segundo teste tomei 2 s do primeiro, fui muito bem se for pensar que na primeira vez que peguei a moto estava tomando 5. As motos não têm muito segredo, são iguais. É frear onde ele freia e acelerar onde ele acelera”.
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