Em Moscou, Dilma defende royalties do petróleo para educação

A presidente Dilma Rousseff encerrou nesta sexta-feira o II Fórum Empresarial Brasil-Rússia, em Moscou, com um discurso em que destacou que o principal objetivo é o fortalecimento da parceria estratégica entre os dois países. “Somos países com dimensões continentais, com grandes riquezas naturais e uma população elevada. Somos duas grandes nações que têm na sua […]

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A presidente Dilma Rousseff encerrou nesta sexta-feira o II Fórum Empresarial Brasil-Rússia, em Moscou, com um discurso em que destacou que o principal objetivo é o fortalecimento da parceria estratégica entre os dois países. “Somos países com dimensões continentais, com grandes riquezas naturais e uma população elevada. Somos duas grandes nações que têm na sua diversidade, na sua cultura, na sua indústria e na sua agricultura, fontes de enorme riqueza”, declarou Dilma.

A presidente aproveitou o momento para enfatizar a importância da educação no desenvolvimento do Brasil, levantando mais uma vez a questão dos royalties do petróleo. “O maior desafio do meu país é na área da educação. Universalizamos o ensino básico, mas o desafio é o de alcançar a qualidade na educação. Por isso queremos que todos os recursos que nós obtenhamos da exploração do petróleo e gás no Brasil sejam destinados à educação”.

Ela falou da importância do aprofundamento das relações entre o Brasil e Rússia como uma forma de dar uma resposta à crise internacional, através da troca de investimentos e da ampliação dos intercâmbios comerciais, não somente entre os dois países, mas também entre o Mercosul e a Rússia e as relações dentro dos Brics e da OMC.

Dilma mencionou ainda os planos de austeridade, aplicados em diversos países europeus como forma de conter a crise. Segundo a presidente do Brasil, a redução do consumo e dos gastos sociais não conduz necessariamente à retomada da economia e nem tampouco deve ser uma resposta à crise. “A austeridade por si só representa mais desemprego e deve ser combinada com medidas efetivas para fazer a economia crescer”.

Dilma citou a experiência da América Latina para tratar de crises e de planos de austeridade, já que “temos uma experiência muito dura com ajustes fiscais deste tipo, dos anos 80 e 90”. A colaboração bilateral no contexto dos Brics foi mais uma vez destacado pela presidente Dilma Rousseff, além da presidência do grupo do G20, que a Rússia assume em 2013. Dilma acredita que seja um momento oportuno para “falar da importância de mudar a regulação financeira internacional” e tornar os organismos que vigiam o mundo “mais representativos”.

A presidente faz uma clara referência à reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, pleiteada pelo Brasil, com o apoio da Rússia. A Rússia já faz parte do Conselho de Segurança da ONU. O Brasil apoiou a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio, processo finalizado em dezembro de 2011. A diversificação da pauta comercial entre o Brasil e a Rússia também foi comentado no discurso da presidente. “Não podemos restringir a nossa relação a atividades primárias. É fundamental trocar manufaturas, serviços, produtos com valor agregado.”80% das importações brasileiras da Rússia são adubo e combustíveis fósseis. Do lado russo, 80% das importações do Brasil se resumem a açúcar e carne. Em tom amistoso, Dilma falou que espera que o Brasil seja tão competente fora do campo como dentro dele. “Vocês têm esta expectativa de ganhar de nós, mas eu asseguro que seremos difíceis. Acho que faremos aquela chamada boa competição”.

Antes da participação no fórum, Dilma colocou uma coroa de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido no Kremlin, em Moscou. A presidente se encontra agora com o presidente russo, Vladimir Putin, em uma reunião bilateral no Kremlin.

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