Em game, Barbosa tenta punir mensaleiros e Lula vira alvo

Uma empresa de comunicação aproveitou o impacto do julgamento do mensalão na mídia para criar um game na internet em que retrata de forma humorada a visão da opinião pública sobre o acontecimento histórico. No jogo A batalha do mensalão, o relator da ação penal 470, ministro Joaquim Barbosa, tenta punir os mensaleiros no plenário […]

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Uma empresa de comunicação aproveitou o impacto do julgamento do mensalão na mídia para criar um game na internet em que retrata de forma humorada a visão da opinião pública sobre o acontecimento histórico. No jogo A batalha do mensalão, o relator da ação penal 470, ministro Joaquim Barbosa, tenta punir os mensaleiros no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Alheio ao julgamento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também aparece eventualmente, sem saber do esquema de compra de votos.

O game, produzido pela Playerum, tem a mecânica parecida com o Space Invaders, clássico de 1978 em que o jogador controla um canhão laser que se movimenta na parte inferior da tela.

Na versão do mensalão, Joaquim Barbosa usa o seu olhar justiceiro para punir os mensaleiros que tentam se defender atirando dinheiro, como forma de tentar comprar tudo e todos. Os vilões são o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério.

O revisor Ricardo Lewandowiski aparece tentando atrapalhar Joaquim Barbosa em sua missão de fazer justiça – uma referência às constantes divergências entre os dois durante o julgamento. Acesse o game aqui.

O mensalão do PT

Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

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