Dourados registra 73 estupros contra crianças

O registro de estupro contra crianças, nos três primeiros trimestres deste ano já superam em 20% o total de registros do ano inteiro de 2011 em Dourados. São casos de abuso sexual, psicológico, negligência e maus tratos. A maioria é abuso sexual. As vítimas têm entre 1 ano e meio a 17 anos. Os números […]

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O registro de estupro contra crianças, nos três primeiros trimestres deste ano já superam em 20% o total de registros do ano inteiro de 2011 em Dourados. São casos de abuso sexual, psicológico, negligência e maus tratos. A maioria é abuso sexual. As vítimas têm entre 1 ano e meio a 17 anos. Os números são do Centro de Referência de Assistência Social (Creas), que neste ano não registrou casos de exploração sexual infantil ou até mesmo tráfico de pessoas. O assunto ganha repercussão com pesquisa divulgada esta semana pelo Ministério da Justiça que mostra que em todo o país, 500 brasíleiros foram vítimas de tráfico de pessoas para a exploração sexual.

Em relação a violência sexual, que tem ocorrido no município, o caso que mais chamou a atenção este ano foi a de um bebê de 7 meses que foi estuprado por um adolescente de 15 anos. Conforme a polícia, o rapaz abusou sexualmente da criança após trocar a fralda da menina, que residia no Jardim Pantanal em Dourados, assim como o autor.

INVESTIGAÇÕES

Para dar agilidade nas investigações, o Governo Federal anunciou em agosto deste ano que as denúncias feitas ao telefone Disque 100 sobre violência contra crianças e adolescentes são repassadas automaticamente ao Ministério Público, por meio de um sistema de computador com acesso comum. A denúncia será encaminhada aos conselhos tutelares, para toda a rede de apoio e delegacias. O objetivo também é fortalecer a rede de proteção a crianças e adolescentes.

O ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira, disse que 80% das denúncias ao Disque 100 são referentes à violência contra crianças e adolescentes. “Apenas neste primeiro semestre, já recebemos mais de 20 mil denúncias relacionadas a violações aos direitos humanos”, afirmou. O Disque 100 também pode ser usado para denúncias de violência contra idosos, deficientes físicos, tortura, violência policial e homofobia. O serviço é gratuito, não exige identificação e funciona todos os dias da semana, 24 horas por dia.

DOURADOS

De acordo com a coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (Creas), a pedagoga Marísia de Paula Brandão Martins, a maioria dos agressores são pessoas próximas às vítimas. “São parentes ou vizinhos, que atraíram as crianças com doação de dinheiro, doces, brinquedos e até alimentos”, diz.

A pedagoga alerta para que as mães prestem atenção no corpo e comportamento dos filhos. “Sinais ou marcas principalmente nos órgãos genitais são fortes indícios. Outro sinal de que a criança pode estar sendo abusada é o comportamento retraído ou assustado por parte da criança diante de um toque da mãe ou pessoa próxima. Muitas mães precisam trabalhar e deixam os filhos com pessoas próximas, o que acaba viabilizando estes casos”, destaca.

O Creas oferece em Dourados todo o atendimento às vítimas e familiares de crianças e adolescentes que sofreram violência. São psicólogos, advogados entre outros profissionais disponibilizados o tempo que for necessário para reintegrar a criança à sociedade e protegê-la de agressões.

SERVIÇOS

Em Dourados, os contatos por telefone com o Conselho Tutelar são: (67) 8468 6145 e 0800 647 7142. O telefone do Ministério Público Estadual para denúncia é: 8478 2072. Outra opção é do disque 100, um serviço nacional que mobiliza todas as entidades do município para averiguarem as denúncias.

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