Dez anos após assassinato dos pais, Suzane Von Richthofen quer liberdade
Condenada a 39 anos de prisão na justiça de São Paulo pela morte dos pais, a então estudante de Direito da PUC-SP, Suzane Von Richthofen completa hoje (31) dez anos em que tramou e ajudou o namorado Daniel e um irmão dele, Christian Cravinhos, a matar seus pais em um dos crimes mais bárbaros e […]
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Condenada a 39 anos de prisão na justiça de São Paulo pela morte dos pais, a então estudante de Direito da PUC-SP, Suzane Von Richthofen completa hoje (31) dez anos em que tramou e ajudou o namorado Daniel e um irmão dele, Christian Cravinhos, a matar seus pais em um dos crimes mais bárbaros e violentos ocorridos no país.
O engenheiro Manfred von Richthofen, com 49 anos, e sua mulher, a psiquiatra Marísia, foram mortos a golpes de barras de ferro no quarto do casal, numa casa confortável no Campo Belo, bairro de classe média alta de São Paulo.
Desde que foi condenada, Suzane já teve diversos pedidos de liberdade negados pela Justiça de São Paulo. Suzane, hoje com 28 anos, foi presa em 2002 e neste período recorreu – mas perdeu em todos os pedidos – ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Atualmente, Suzane é pastora evangélica no presídio paulista e uma das melhores amigas de Anna Carolina Jatobá, acusada de matar a menina Isabella Nardoni, em outro crime bárbaro ocorrido em São Paulo.
Em 2010, por exemplo, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, arquivou o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Suzane. Para negar o pedido, Lewandowski aplicou a súmula 691, que impede que o Supremo julgue o pedido de habeas corpus já negado em tribunal superior e que ainda não teve decisão de mérito. Suzane já teve pedido idêntico negado pelo Superior Tribunal de Justiça.
Nos pedidos encaminhados aos tribunais, os advogados de Suzane alegam que a jovem preenchia todos os requisitos previstos na Lei de Execuções Penais para mudar para o regime semiaberto e o fato de ela ser mantida em Tremembé “resulta na indevida, injusta e desumana imposição de um regime prisional bem mais rigoroso” do que ela merece cumprir. Eles acrescentam que Suzane tem “personalidade propensa à ressocialização” e está comprometida com a “readaptação para a vida em liberdade”.
Mesmo presa pela morte dos pais, Suzane briga com o irmão Andréas Albert Von Richthofen por metade da herança. O patrimônio está avaliado em R$ 11 milhões. O processo de inventário corre desde 2002 e já tem 11 volumes. Todos os bens da família estão bloqueados pela justiça.
Além da casa, avaliada em R$ 2 milhões, a herança dos Richthofen tem outros nove imóveis, entre casas e terrenos. Além disso, há quatro carros, uma moto e cinco contas bancárias. E participação em duas empresas. Há também o conteúdo de um cofre lacrado sob os cuidados da Justiça.
Andreas, hoje com 25 anos, nunca falou sobre o crime. Estuda química na Universidade de São Paulo e na última semana não frequentou as aulas. Ele se esforça para levar uma vida normal, longe das lembranças e das dúvidas que ainda envolvem a morte dos pais.
O crime aconteceu no começo da madrugada de 31 de outubro de 2002. Manfred e Marísia dormiam quando Suzane, o namorado dela, Daniel, e o irmão dele, Cristian Cravinhos, entraram na garagem no carro da jovem. A policia conta que Suzane foi até o quarto dos pais para conferir se eles estavam dormindo.
Autorizados por ela, Daniel e Cristian entraram em ação. Daniel se aproximou de Manfred. Cristian, de Marísia. Foram inúmeros os golpes na cabeça com barras de ferro. Os irmãos ainda usaram toalhas molhadas e sacos plásticos para sufocar o casal.
Durante o assassinato, Suzane esperou no andar de baixo da casa. A jovem revirou o escritório para simular um assalto. Antes de ir embora, o trio embolsou cinco mil dólares e R$ 8.000 guardados por Manfred.
Depois da morte dos pais, Suzane foi com Daniel para um motel. Às três da madrugada, a jovem deixa Daniel em casa e vai em busca do irmão Andreas numa lan house. Ela e o irmão caçula voltam à mansão. Ao se depararem com os pais mortos, Suzane acionou a polícia.
Na madrugada do dia 22 de julho de 2006, o Tribunal do Júri condenou Suzane e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos à prisão pelo assassinato do casal. Suzane, Daniel e Cristian foram condenados por duplo homicídio triplamente qualificado.
Eles estão presos na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Os então namorados Suzane e Daniel tiveram uma pena de 39 anos e meio de prisão. Cristian foi condenado a 38 anos e meio.
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