Caso Steffani: ação rápida da família colaborou para resultado de investigação
Já está no Estabelecimento Penal de Corumbá, em uma cela isolada, Leandro de Oliveira, o Diego, de 20 anos, acusado de estuprar e matar Françoise Steffani Silva de Oliveira, 12 anos, na quinta-feira, 22 de março. O crime foi esclarecido na sexta-feira, 23, com a prisão de Leandro, que confessou ter estuprado e matado a […]
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Já está no Estabelecimento Penal de Corumbá, em uma cela isolada, Leandro de Oliveira, o Diego, de 20 anos, acusado de estuprar e matar Françoise Steffani Silva de Oliveira, 12 anos, na quinta-feira, 22 de março. O crime foi esclarecido na sexta-feira, 23, com a prisão de Leandro, que confessou ter estuprado e matado a menina. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável qualificado pela morte e pode pegar até 30 anos de prisão, em caso de condenação judicial.
A delegada Priscila Anuda Quarti Vieira, titular da Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e Idoso (DAIJI), reforçou que o fato de a família não ter esperado tanto tempo para procurar a Polícia, foi primordial para as investigações.
“A Steffani desapareceu por volta das 10h30 e ao meio-dia a família já estava na DAIJI para registrar o fato. A família fez buscas por onde pode, não encontrou a criança e não perdeu tempo, procurou logo ajuda dos órgãos competentes. Com o primeiro contato dos pais, registramos boletim de ocorrência por desaparecimento. Logo notamos que era um caso diferente dos demais que presenciamos, pois a vítima era uma menina calma, tranquila, que não teria motivos para desaparecer da forma como ocorreu. O próximo passo foi a procura. Fizemos cartazes com as informações necessárias, com foto da Steffani, espalhamos por locais onde ela poderia ter percorrido, entregamos às viaturas e contamos com o apoio da Polícia Militar, além de uma vasta equipe de investigadores”, relatou a delegada.
Durante esse período, do meio-dia às seis da tarde, a equipe de investigação percorreu vários pontos da cidade e depois de uma chamada pelo 190, a vítima foi encontrada.
“Quando recebemos um chamado de que a PM havia encontrado um corpo próximo à saída de Corumbá, entrada de Ladário, eu estava na viatura com a mãe da Steffani, pois estávamos nos dirigindo para checar uma informação. Então, pedi para que ela retornasse à Delegacia, pois lá ela teria uma psicóloga, um apoio especializado para receber a notícia, caso fosse confirmado que o corpo era da criança desaparecida. Quando chegamos ao local, confirmamos que o corpo encontrado era de Steffani. O fato de a mãe estar sempre atenta à filha também ajudou. A mãe de Steffani cuida muito bem dos filhos. Ela descreveu perfeitamente como sua filha estava e através das características que ela descreveu, da roupa, da saia cor de rosa, do cabelo preso, do chinelo lilás, pudemos identificar a vítima. Esse é outro ponto, pois muitos pais não prestam atenção nos filhos. Os dados fornecidos muitas vezes não batem com as características encontradas”, frisou a delegada Priscila em coletiva no sábado, 24 de março.
O desaparecimento
O sumiço de Steffani foi registrado pelos pais na DAIJI. De acordo com Lucinéia da Silva, 28 anos, mãe da garota, a filha estava em casa e a ajudava nos afazeres domésticos, antes de sumir. “Por volta das 10h30, a Steffani saiu na porta de casa e eu fui atender o celular. Enquanto falava ao telefone, ela entrou e me perguntou se eu conhecia alguma ‘Vanessinha’, porque um homem estava procurando essa mulher. Ele disse para ela que já havia procurado por todo o bairro, mas não havia encontrado. Lembro de ter respondido que não conhecia nenhuma mulher com esse nome. Ela saiu novamente e foi o último momento em que a vi”, relatou.
A mãe da garota afirmou que depois de uns 15 minutos sentiu falta da filha e foi até o portão para ver onde ela estava, mas não a viu em lugar algum. “Pensei que a minha filha havia saído, pois momentos antes, ela foi ao mercado, comprou mistura para o almoço e havia sobrado um trocado. Achei que ela tivesse voltado ao mercado para gastar o dinheiro. Como não a vi, pedi para o meu filho, de 4 anos de idade, ir com a vizinha ao mesmo mercado. Eles foram e ao retornarem, a vizinha disse que a minha filha não estava lá, foi então que começamos a ficar desesperado. Depois de a vizinha voltar do mercado, saímos todos para procurar a Steffani, andamos por todo o bairro Popular Velha e não a encontramos. Decidimos vir à Delegacia para registrar o fato”, afirmou a mãe.
O corpo de Steffani foi encontrado no início da noite de quinta-feira, 22 de março, numa região próxima ao Senai, na saída de Corumbá para a BR-262, após denúncia pelo telefone 190, da Polícia Militar. A irmã de Leandro e ele próprio é que fizeram a ligação. Depois, a mulher acabou relatando à Polícia que o irmão era na verdade o autor do bárbaro crime.
Familiares e amigos velaram o corpo da menina durante a madrugada e a manhã de sexta-feira, 23 de março, na Capela Anjos da Paz. O enterro ocorreu no mesmo dia às 13 horas, no Cemitério Nelson Chamma.
“Estamos sem chão. Eu e minha esposa, estávamos na Delegacia aguardando notícias, tínhamos esperanças de que nossa filha seria encontrada viva, porém, quando soubemos o que havia acontecido, não tivemos mais condições de fazer nada. Parece que não é real; minha esposa ficou em estado de choque. A última conversa que tive com ela foi sobre estudo, no dia anterior. Ela me disse que queria ser arquiteta, desenhar casas. Hoje, o sonho acabou, foi embora, não existe mais. Um dia minha filha sonhava, no outro, eu a encontrei morta”, relatou ao Diário, o pai de Steffani, Agnaldo Ibarra de Oliveira.
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