Brasil pede que ministros da Defesa discutam Malvinas em fórum

O ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, reivindicou nesta segunda-feira em seu discurso no primeiro dia da 10ª Conferência de Ministros da Defesa das Américas que o fórum registre a reivindicação da Argentina sobre as Ilhas Malvinas, o que é analisado em uma comissão à margem do debate central. “No marco do exame de […]

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O ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, reivindicou nesta segunda-feira em seu discurso no primeiro dia da 10ª Conferência de Ministros da Defesa das Américas que o fórum registre a reivindicação da Argentina sobre as Ilhas Malvinas, o que é analisado em uma comissão à margem do debate central. “No marco do exame de questões de defesa e segurança, o Brasil considera inescapável que esta conferência registre as reivindicações justas da Argentina sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, como aliás já ocorreu no Mercosul, na Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e na Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos)”, afirmou Amorim, segundo comunicado do Ministério da Defesa do Brasil.

Amorim se posicionou depois que seu colega da Argentina, Arturo Puricelli, denunciou na mesma reunião as manobras militares com mísseis que o Reino Unido deve realizar nas Ilhas Malvinas desta segunda-feira até o dia 19 de outubro. O tema das Malvinas não foi incluído na agenda principal da 10ª Conferência de Ministros da Defesa das Américas, mas é tratado desde o domingo em uma comissão paralela criada com os assuntos que não foram pactuados na última reunião preparatória da cúpula, realizada em abril. O objetivo da Argentina é que o assunto seja incluído nos debates dos ministros e na declaração final.

Amorim expressou também a vontade do Brasil de que o sistema interamericano de defesa seja mais plural e criticou o isolamento de Cuba. O ministro considerou que “em um mundo multipolar” como o atual “não há lugar para o pensamento único ou as fórmulas uniformes”.

A cooperação interamericana em defesa “será tão mais efetiva quanto mais for capaz de reconhecer a heterogeneidade de situações geopolíticas e geoestratégicas entre as várias regiões e sub-regiões do continente americano”, manifestou. “A verdadeira solidariedade entre os países das Américas passa pelo respeito à pluralidade de nossas circunstâncias”. disse Amorim, que considerou que é “um anacronismo” o “isolamento de Cuba”.

A cúpula foi inaugurada esta segunda-feira pelo ministro da Defesa uruguaio, Eleuterio Fernández Huidobro, e tem como eixos temáticos os desastres naturais, as missões de paz e a segurança hemisférica, além da vigência do sistema interamericano.

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