Doações na região serrana do RJ são desiguais
Entidades e órgãos governamentais se organizam para fiscalizar o empenho do dinheiro das doações vindo de diversas partes do Brasil e até de fora do país para a região serrana do Rio de Janeiro. Juntas, Teresópolis e Petrópolis receberam aproximadamente R$ 4,9 milhões. Em contrapartida, municípios menores também devastados pelas chuvas receberam quantias bem menores, […]
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Entidades e órgãos governamentais se organizam para fiscalizar o empenho do dinheiro das doações vindo de diversas partes do Brasil e até de fora do país para a região serrana do Rio de Janeiro. Juntas, Teresópolis e Petrópolis receberam aproximadamente R$ 4,9 milhões.
Em contrapartida, municípios menores também devastados pelas chuvas receberam quantias bem menores, como é o caso de Sumidouro, que teve R$ 1.120 depositado na conta que colocou à disposição para doações. Sete municípios foram devastados por enchentes e deslizamentos de terra no início do mês. Cerca de 850 pessoas morreram.
Teresópolis foi a que mais arrecadou de doadores que depositaram em contas em dois bancos. Foram cerca de R$ 3,5 milhões até a última quinta-feira (27). De acordo com a prefeitura, o dinheiro será gasto com a compra de móveis para desabrigados e equipamentos necessários para a reconstrução da cidade.
No último dia 17, a Prefeitura de Teresópolis publicou um decreto para oficializar a fiscalização do controle dos gastos e acompanhamento de projetos que será feito pela Câmara de Dirigentes Lojistas, Associação Comercial e Agrícola de Teresópolis, Conselho de Pastores, igrejas, associações e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Esse grupo também vai fiscalizar o uso do dinheiro repassado pelo Estado e pelo governo federal.
Segundo o presidente da OAB em Teresópolis, Jefferson Farias Soares, que faz parte do grupo, o objetivo do grupo também é elaborar com a prefeitura planos de longo prazo, como o bairro que receberá os desabrigados. De acordo com ele, a sociedade quer participar da escolha do projeto das casas, das construtoras e da urbanização.
– Nossa participação visa a resguardar o que interessa à sociedade, buscando melhores preços e projetos. Segundo ele, o objetivo do movimento é assegurar uma boa na gestão financeira.
Já Petrópolis, que arrecadou R$ 1,4 milhões em doações que chegaram em contas bancárias em dois bancos, terá fiscalização dos gastos feita por uma comissão da Câmara de Vereadores. A Casa volta do recesso nesta semana e os vereadores se reúnem na próxima terça-feira (1º), em Itaipava, distrito mais afetado pela tragédia no município, para definir os membros da comissão.
O Tribunal de Contas do Estado também informou que vai criar um grupo avançado para ajudar os municípios a prestar contas dos recursos que as cidades vão receber. No primeiro momento, o objetivo do TCE será orientar os municípios, principalmente aqueles que foram afetados em sua infraestrutura. O grupo do TCE começou a ser montado na última terça-feira (25).
Já o Tribunal de Contas da União vai se limitar à fiscalização do uso dos repasses feitos pelo governo federal. Ao todo, o governo federal repassou, em caráter de urgência, R$ 30 milhões aos sete municípios afetados pelas cheias e deslizamentos de terra. O Ministério Público Estadual informou que também vai acompanhar os gastos dos montantes doados pela iniciativa privada e também do dinheiro repassado pelo governo estadual.
Uma das mais destruídas pela força das chuvas, Nova Friburgo não informou quanto recebeu de doações. No entanto, a prefeitura informou que a Secretaria da Fazenda do município está preparando um relatório com esses que será divulgado no site oficial da cidade.
Pouco dinheiro
Mesmo com poucas doações, a Prefeitura de Areal criou um site para divulgar como vai gastar os R$ 15 mil que recebeu da iniciativa privada em suas contas. A página também vai informar como o município está gastando os repasses. O site entra no ar nesta semana, segundo a prefeitura.
Com um saldo de 22 mortos e muita distribuição, Sumidouro arrecadou R$ 1.120. Pouco para um município que vai precisar de R$ 55 milhões para se reerguer. A prefeitura da cidade, por meio da assessoria de seu gabinete, atribuiu a pouca arrecadação de doações à falta de divulgação.
O município de Bom Jardim havia arrecadado até o início da semana passada R$ 24 mil. Cálculos da prefeitura apontam que a cidade precisará de R$ 75 milhões para sua reconstrução.
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