Dilma deve reduzir burocracia para combater corrupção, diz ‘FT’

O combate à corrupção no Brasil não depende apenas da troca de funcionários envolvidos em acusações, como vem fazendo a presidente Dilma Rousseff, mas requer também um combate à burocracia que dá margem à corrupção, na avaliação de editorial publicado nesta quarta-feira pelo diário econômico britânico Financial Times. O jornal observa que Dilma teve “três […]

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O combate à corrupção no Brasil não depende apenas da troca de funcionários envolvidos em acusações, como vem fazendo a presidente Dilma Rousseff, mas requer também um combate à burocracia que dá margem à corrupção, na avaliação de editorial publicado nesta quarta-feira pelo diário econômico britânico Financial Times.

O jornal observa que Dilma teve “três meses desconfortavelmente atribulados” com a perda de três de seus ministros em meio a denúncias de corrupção e afirma que a postura inflexível da presidente sobre a corrupção é “um abandono bem-vindo da atitude permissiva que caracterizou a política brasileira por muito tempo”.

O editorial avalia ainda que a atitude de Dilma é também “mais um sinal de que ela está imprimindo a sua própria autoridade sobre o governo que herdou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

O Financial Times cita uma estimativa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) de que a corrupção custa ao país cerca de 2% do PIB e diz que “para o Brasil atingir seu potencial econômico, a corrupção precisa ser combatida com vigor”.

A favor

O jornal comenta que Dilma tem vários fatores a seu favor no combate à corrupção. “Seus índices de aprovação são bons. Sua maioria no Congresso é suficientemente grande para sobreviver à deserção de partidos menores. E talvez o mais importante, o milagre econômico brasileiro criou uma crescente e ruidosa classe média para quem o combate à corrupção é uma questão importante. Ela não deve desanimar”, diz.

Para o FT, no entanto, Dilma “precisa mais do que novos funcionários”. “Ela precisa também combater a burocracia excessiva que simplesmente alimenta a corrupção. Uma reforma tributária mais vigorosa seria um bom lugar para começar”, afirma o texto.

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