Desempregado deixa Três Lagoas em busca de trabalho e fica sem dinheiro para voltar
“Quebrei a Cara!”. Foi desta forma que o operário Wellington Cândido de Brito se expressou para resumir sua passagem de três dias na cidade de Dourados onde estava à procura de trabalho. Nascido e criado em Três Lagoas, Wellington de 36 anos de idade, depois de ficar desempregado em sua cidade para poder manter a […]
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“Quebrei a Cara!”. Foi desta forma que o operário Wellington Cândido de Brito se expressou para resumir sua passagem de três dias na cidade de Dourados onde estava à procura de trabalho.
Nascido e criado em Três Lagoas, Wellington de 36 anos de idade, depois de ficar desempregado em sua cidade para poder manter a mulher e seus dois filhos adolescentes foi obrigado a migrar para Dourados em busca de novas oportunidades profissionais.
Wellignton chegou a Dourados na manhã do último domingo para trabalhar numa lavoura de soja, mas ao chegar à cidade descobriu que não existia emprego.
“Fui enganado pela pessoa que me contratou lá em Três Lagoas”, disse o operário que sequer concluiu o ensino fundamental.
Sem dinheiro para se alimentar e para comprar a passagem de volta, Wellington passou a perambular pelas ruas de Dourados em busca de comida e dinheiro para pagar o ônibus.
No início da manhã de terça-feira com a ajuda de um professor Wellington conseguiu chegar até a Secretaria Municipal de Assistência Social onde teve negado seu pedido de uma passagem para Três Lagoas.
A funcionária da secretaria afirmou que a Prefeitura não podia doar a passagem porque a licitação ainda não havia sido feita.
Wellington que é evangélico da Igreja Assembléia de Deus ficou sentado num dos bancos da Praça Antonio João enquanto o professor que preferiu não se identificar conseguiu coletar o dinheiro com alguns empresários do centro da cidade.
Com fome e lágrimas nos olhos Wellington agradeceu pelas passagens e ainda ganhou R$ 20,00 que foram usados em sua alimentação depois de dois dias apenas bebendo água.
De volta ao Terminal Rodoviário Renato Lemes Soares Wellington passou numa barraca de camelô de onde retirou sua bagagem, uma grande sacola de plástico com propaganda da Casas Bahia.
Antes de embarcar num ônibus da Viação São Luiz numa viagem de cerca de onze horas até Três Lagoas, o operário disse que não pretende mais sair de sua cidade. Wellington afirmou que existe muita controvérsia sobre o desenvolvimento de Três Lagoas. “Não existem emprego para todo mundo e para pessoas como eu que não tem estudo resta apenas o sofrimento e empregos temporários que não passam de quatro meses”, disse ele.
O vereador de Três Lagoas, Idevaldo Claudino da Silva (PT) confirmou a versão de Wellington de que as indústrias oferecem apenas empregos temporários.
Segundo o vereador os operários são contratados através de agências e empresas terceirizadas e pelo menos quatro vezes por ano fazem o rodízio de funcionários. Desta forma, conforme o vereador, as indústrias não criam vínculos com os funcionários que apenas recebem décimo terceiro e férias proporcionais.
“Com isso as indústrias mantêm seu quadro de funcionários inalterado sem a necessidade de ter um grande contingente de empregos tirando férias de trintas o que poderia prejudicar suas linhas de produção, disse Idevaldo.
O vereador alertou que a vinda de muitas indústrias para Três Lagoas trouxe o desenvolvimento econômico e junto centenas de famílias de outras regiões do País provocando muitos problemas sociais na cidade.
Idevaldo também denuncia a precarização da mão-de-obra. Segundo ele, a mesma empresa instalada em Três Lagoas, paga o dobro do salário aos seus funcionários de outras filiais.
“O caso de Wellington – segundo o vereador – é apenas a ponta do iceberg dos problemas sociais causados pela industrialização do município. Veio o progresso financeiro e agora estamos à espera da contrapartida humana e social”.
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