Apesar da alta do preço dos combustíveis, setembro apresenta recuo na inflação em Campo Grande

Apresentando recuo em comparação ao mês de agosto (0,43%), a inflação registrada na cidade de Campo Grande no mês de setembro foi de 0,37%. “Pode-se perceber que a inflação acumulada em 12 meses, que está em 7,71%, persiste a níveis que extrapola o teto superior da meta da inflação acumulada no país estabelecida pelo Conselho […]

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Apresentando recuo em comparação ao mês de agosto (0,43%), a inflação registrada na cidade de Campo Grande no mês de setembro foi de 0,37%. “Pode-se perceber que a inflação acumulada em 12 meses, que está em 7,71%, persiste a níveis que extrapola o teto superior da meta da inflação acumulada no país estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 6,5%”, analisa o coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Universidade Anhanguera-Uniderp, Celso Correa de Souza.

Os grupos que tiveram as maiores variações, elevando a inflação neste mês de setembro foram: Transportes, Vestuário, Habitação e Alimentação. Já os grupos que puxaram a inflação para baixo foram: Saúde, Educação e Despesas Pessoais.

O grupo Habitação apresentou inflação moderada de 0,45%, em relação ao mês de agosto, devido principalmente ao aumento de preços dos seguintes produtos/serviços: vela 6,41%, vassoura 6,27%, computador 5,42% e forno microondas 4,77%. Queda de preço ocorreu com produtos como televisor (-5,92%), refrigerador (-5,04%), liquidificador (-4,42%) e fogão (-3,65%).

No grupo Alimentação também foi constatada inflação moderada de 0,37%. Os produtos que mais pressionaram a inflação para cima foram: limão 55,24%, chuchu 14,29%, maracujá 11,41%, queijo muçarela / prato 10,65%, fígado 10,07%, entre outros. Produtos como couve-flor (-23,65%), beterraba (-16,60%), manga (-10,94%), laranja pera (-8,96%) e batata (-8,59%), apresentaram quedas significativas de preço.

Ainda no grupo alimentação, no item carnes, foi constatado aumento de preço em alguns cortes de carne bovina como fígado 10,07%, filé mignon 8,57%, picanha 5,71%, lagarto 5,01% e contra-filé 3,07%. Com queda, destacaram-se cortes como acém (-5,81%), paleta (-4,51%) e ponta de peito (-4,01). Os cortes da carne suína apresentaram altas expressivas como costeleta 7,39%, pernil 5,76% e bisteca 4,52%. Os miúdos de frango apresentaram queda de preço, em média, de (-0,38%) e o frango congelado teve alta de 2,11%, informou Souza.

Combustíveis impactaram a inflação no grupo Transportes no mês de agosto. “Forte inflação de 1,23%, foi observada nesse grupo, devido principalmente a aumento de preço do etanol 3,58%, gasolina 2,35% e diesel 1,64”, detalhou o coordenador.

Diferente dos dois últimos meses, nos quais apresentou estabilidade, o grupo Educação expressou pequena deflação de (-0,29%) em seu índice, devido a quedas em artigos de papelaria, da ordem de (-2,73%).

Já o grupo Despesas Pessoais apresentou relativa estabilidade, com pequena deflação de (-0,01%). Aumento de preço ocorreu com os produtos/serviços: sabonete 3,30%, creme dental 2,39% e absorvente higiênico 1,55%, e queda de preço foi observada em produtos como fio dental (-4,32%), protetor solar (-2,72%) e papel higiênico (-2,05%).

Moderada deflação de (-0,53%) foi constatada no grupo Saúde, destacando com aumento no preço produtos e/ou serviços como material para curativo 2,82%, psicotrópico e anorexígeno 0,72%, antiinfeccioso e antibiótico 0,39%. Produtos como antiinflamatório e antireumático (-5,38%), analgésico e antitérmico (-5,09%), antimicótico e parasiticida (-1,57%), apresentaram queda de preço.

“Constatamos no grupo Vestuário uma moderada inflação de 0,56%. Alta de preço ocorreu com produtos como sandália / chinelo masculino 6,96%, short e bermuda masculina 5,25%, calça comprida feminina 4,56%, entre outros com menores aumentos de preços. Quedas de preços ocorreram com: blusa (-6,35%), vestido (-4,39%), camisa masculina (-1,57%), saia (-0,82%), entre outros com menores quedas”, analisou Celso Correia de Souza.

Inflação acumulada

“A inflação acumulada neste ano de 2011, na cidade de Campo Grande, é de 5,13% e a inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 7,71%, esta última bem acima do limite superior da meta inflacionária estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que, para o ano de 2011 é de 6,5%, sendo o centro da meta de 4,5% com uma tolerância de (± 2%).

Esperava-se, com a crise que ocorre atualmente no mundo, principalmente na Europa, uma queda acentuada nos preços das commodities, freiando a inflação aqui no Brasil.

Realmente, ocorreu baixa nos preços das commodities em dólar, mas, infelizmente, o dólar teve um grande aumento em relação ao real nos últimos meses, de aproximadamente 20%, fazendo com que as commodities tivessem aumentos em reais, alimentando a inflação brasileira”, explicou o pesquisador do Nepes, José Francisco dos Reis Neto.

O grupo Educação foi o grupo que apresentou a maior taxa acumulada no ano de 2011, ficando em 9,54%, seguido dos grupos Habitação com 7,73%, Vestuário 6,82% e Saúde 6,14%, com índices acima da inflação acumulada deste ano, que foi de 5,13%. “Em relação à inflação acumulada nos últimos doze meses, destacam-se os grupos Vestuário 10,08%, Educação 9,75% e Habitação 8,76, com índices acima da inflação acumulada nos últimos 12 meses em Campo Grande, que foi de 7,71%”, finalizou dos Reis Neto.

Os dez mais e os dez menos do IPC/CG

Na composição do Índice de Preços ao Consumidor alguns produtos se destacam influenciando para mais ou para menos o índice do mês de setembro.

Os dez produtos que mais contribuíram para a elevação da inflação no mês passado foram: Gasolina, Etanol, Computador, Leite pasteurizado, Diesel, Queijo muçarela / prato, Calça comprida feminina, Aluguel de apartamento, Gás em botijão e Café. Em contraponto, os produtos que contribuíram para frear a inflação foram: Acém, Blusa, Batata, Papelaria, Antiinflamatório e antireumático, Laranja pera, Alface, Televisor, Pescado fresco e Paleta.

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