Adolescentes que queriam acertar contas com “fura olho” estavam armados perto de escola

O fato foi nas proximidades da Escola Municipal Adair de Oliveira, no bairro Piratininga, em Campo Grande. O motivo seria um “acerto de contas” com um garoto de 15 anos que “ficou” com a namorada de outro adolescente de 12 anos.

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O fato foi nas proximidades da Escola Municipal Adair de Oliveira, no bairro Piratininga, em Campo Grande. O motivo seria um “acerto de contas” com um garoto de 15 anos que “ficou” com a namorada de outro adolescente de 12 anos.

Guardas municipais foram acionados anonimamente no final da tarde desta sexta-feira (14), por meio do telefone 153, para atender uma ocorrência de ameaça por arma branca e revólver (que na verdade era de brinquedo). O fato foi nas proximidades da Escola Municipal Adair de Oliveira, que fica no bairro Piratininga, em Campo Grande. O motivo seria um “acerto de contas” com um garoto de 15 anos que “ficou” com a namorada de outro adolescente de 12 anos.

Na versão do adolescente que seria o alvo, ele “ficou” com uma menina de 13 anos há aproximadamente dois meses e, desde então, tinha encontros com ela na própria escola, mas não eram considerados namorados. O garoto de 12 anos, que seria o traído da história, não gostou da situação e convidou amigos, inclusive de outras escolas, para nesta sexta-feira dar um susto no “fura olho”.

Nesta sexta foi dia de entrega de boletins e por isso todos saíram mais cedo. O garoto de 12 anos e os colegas esperaram pelo de 15 nas proximidades do colégio. “Ficaram me chamando lá de longe. Ele chamou e mostrou que tinha uma faca e um revólver, que pensei que era de verdade, mas não tive medo, não”, relata o que seria a vítima.

Questionado do por que estava sendo ameaçado pelo grupo, o adolescente de 15 anos disse que era porque ele realmente “ficou” com a menina, mas não foi o único. “Depois que ela ‘ficou’ comigo, ‘ficou’ com mais uns cinco”, diz. Sobre pertencer a alguma gangue rival, o adolescente disse que não tem uma, porém desde que soube que queriam fazer acerto de contas passou a contar com a proteção de seus amigos. “Eu andava escoltado 24 horas por eles, sempre”, revela.

Um adolescente de 13 anos, que estuda no 6º ano da Escola Heitor Castaldi, Vila Nhá Nhá, que foi conduzido à delegacia, apresentava bastante preocupação com a reação dos pais. “Minha mãe é muito brava. Vou é levar uma bela duma surra quando sair daqui”. A mãe não foi à escola buscar o boletim nesta sexta porque estava trabalhando.

Um dos guardas municipais que acompanhou a condução dos menores para a delegacia, GM Júnior, disse que é muito comum atenderem conflitos escolares envolvendo agressões e ameaças, inclusive naquelas consideradas com maior índice de confusões registradas são monitoradas nos horários de entrada e saída.

O delegado da Deaij (Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à infância e a Juventude), Maércio Alves Barbosa, que ouve os adolescentes disse que, neste caso, eles não serão encaminhados para unidade de internação, mas só saem da delegacia acompanhados pelos pais. Quanto à faca encontrada (de aproximadamente 30 centímetros) e o simulacro de arma, ficarão apreendidos. Eles serão enquadrados por ameaça e porte ilegal de arma branca.

O delegado, como o guarda municipal, também revela que é muito comum atender na Deaij ocorrências envolvendo adolescentes e por vários motivos como agressões, ameaças, porte de arma e simulacros, questões envolvendo drogas e também “ficantes”.

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